ALVES, Roberta Machado et al.. Sífilis adquirida em pessoas idosas. E-book IX CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/87969>. Acesso em: 21/11/2024 14:44
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são um problema de saúde pública mundial. Entre os mais de 30 patógenos conhecidos por serem transmitidos sexualmente, oito são associados à maior incidência de doenças, sendo quatro deles curáveis (sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase) e os outros quatro incuráveis, no entanto passíveis de tratamento (hepatite B, herpes, HIV e HPV). As ISTs afetam todas as faixas etárias e merecem atenção independentemente da idade, no entanto, boletins epidemiológicos a partir de 2012 realizados pelo Ministério da Saúde apontam um aumento significativo nos casos de sífilis na faixa etária de 50 anos ou mais. O aumento está relacionado principalmente a desinformação dessa faixa etária quanto à saúde sexual e aos possíveis riscos da sífilis, podendo levar a um quadro de demência ou morte em pessoas com idade mais avançada. Dessa forma, esse artigo visa demonstrar os estudos dos últimos dez anos quanto a vulnerabilidade de sífilis. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura onde foram selecionadas publicações (artigos originais, de revisão ou protocolos clínicos) em português ou inglês nas bases de dados MedLine e PubMed, conforme os seguintes descritores: “syphilis” AND “Treponema pallidum” AND “old-aged”. Foram incluídas nesta revisão bibliográfica, publicações no período de 2012 a 2022, que apresentaram relação com a temática desenvolvida. Artigos duplicados, não disponíveis na íntegra, fora do período mencionado e que não correspondessem ao tema proposto foram excluídos. Os resultados apontam para relação entre o nível de conhecimento dos idosos quanto às ISTs, em especial a sífilis, e a vulnerabilidade à esta infecção apontando alto risco de coinfecção HIV-sífilis devido ao tempo de vida sexual e da forma pouco segura, baixa utilização de preservativos e poucas informações sobre ISTs por profissionais de saúde. Conclui-se dessa forma que os profissionais de saúde, veículos de comunicação e políticas públicas podem ser efetivamente utilizados como meios informativos voltados para idosos, através de propagandas, cartilhas, grupos de apoio, programas governamentais e debates. Torna-se necessário que estudos epidemiológicos sejam realizados em diferentes regiões, em especial aquelas com maior número de idosos, para que medidas públicas de prevenção sejam frequentemente tomadas a fim de informar e implementar estratégias que evitem a transmissão e melhorem as práticas de prevenção.