Este estudo trata do recorte de dados de um trabalho empírico de educação alimentar e nutricional crítica com mulheres adultas maduras e idosas de distintas classes sociais. No estudo em questão foi investigado a história da alimentação e das condições de acesso aos alimentos das participantes. Foram incluídas no estudo sete mulheres adstritas em Estratégias de Saúde da Família, do município de Ijuí-RS. A história alimentar mostrou que todas elas possuem acesso aos alimentos e que a alimentação básica é produzida em casa. A avaliação da autoavaliação da alimentação atual das mulheres com piores condições sociais, mostrou haver uma maior monotonia alimentar comparado às mulheres com melhor poder aquisitivo. Mulheres com maior escolaridade conseguiram realizar uma maior reflexão sobre o que estavam consumindo ou deixando de consumir, enquanto que mulheres com menor escolaridade tiveram maiores dificuldades de encontrar ‘falhas’ na alimentação. A monotonia alimentar esteve mais presente entre mulheres de menor status econômico, enquanto que mulheres com melhor renda, apresentaram maior diversidade na dieta. Em relação à alimentação ao longo da vida, seis das sete participantes referiram que ela foi se modificando ao longo das décadas, justificado principalmente pela mudança da composição familiar, mudança na rotina, acentuação do envelhecimento e medo de adoecimento. Tanto as mulheres com melhores condições sociais, quanto as de menor poder aquisitivo afirmam se privar de comprar alguns alimentos pelo elevado preço dos mesmos. Mulheres com menor poder aquisitivo, que passaram restrições na infância, referiram não se privar de comprar o que gostam.