A concepção de educação defendida por este trabalho pressupõe o desenvolvimento de uma formação biológica para além do ato de ensinar e aprender conceitos e processos biológicos historicamente acumulados, de forma antiafetiva e autoritária. O educando ao longo de sua formação biológica carece estar ciente do papel transformador da realidade em que vive e o modelo de educação oferecida faz toda diferença para alcançar esse objetivo. É inevitável, uma educação que rompa urgentemente com a predominância de um ensino de biologia estritamente racionalista, que silencia as outras dimensões constituintes do ser humano que estão entrelaçadas com a dimensão cognitiva. O presente artigo, é parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido no Curso de Ciências Biológicas do CCA/UFPB e fundamenta-se a partir dos estudos teóricos de Freire (2013; 2018), Maturana (2002; 2015), Krasilchik (2000; 2004), Morin (2003; 2011), Krenak (2019) que tecem em suas obras discussões importantes para repensar a educação, advogando pela necessária construção de uma educação que reconheça as múltiplas dimensões dos sujeitos que a acessam. O estudo traz em seu bojo as reflexões acerca dos sentidos e significados dos estudantes da 1ª série do Ensino Médio em relação ao seu percurso formativo, sobretudo das relações afetivas que o cercam. É notório, que a educação unilateralmente tradicional e antiafetiva não desperta o interesse e a curiosidade dos estudantes pelo mundo dos seres vivos e pelas questões correlatas. A ausência de afeto na relação formativa do sujeito com o conhecimento construído, com seus pares e seus professores, compromete a formação de sujeitos éticos, responsáveis, respeitosos, empáticos e solidários consigo mesmo, com os outros seres vivos, com as a sociedade e com o meio natural em que habitam. Esse modelo de educação só fortalece a ideia de um sujeito robotizado, adaptado e desinteressado.