A insuficiência ovariana prematura (IOP) é caracterizada por perda gradativa da função ovariana antes dos 40 anos de idade, causando alterações do ciclo menstrual (amenorréia ou oligomenorréia) em virtude do comprometimento na síntese das gonadotrofinas, provocando um aumento sérico do hormônio folículo estimulante e a deficiência do estrogênio. Algumas evidências de etiologia autoimune da IOP são: a infiltração linfomonocítica da glândula alvo, a presença de marcadores imunogenéticos, autoanticorpos circulantes, evidência histológica de ooforite e a forte associação com outras doenças autoimunes, assim como a história familiar dessas doenças. Das mulheres diagnosticadas com a doença de Addison, de 10 a 20% têm IOP e as que possuem essa última, 2,5 a 25% possuem algum outro indício de doença autoimune relacionada a glândula adrenal. São raros os casos em que se têm auto-anticorpos contra células produtoras de esteróides em mulheres com IOP sem doença de Addison, revelando a associação desses distúrbios adrenais com a Insuficiência Ovariana Prematura. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura do tipo narrativa, selecionado e avaliando artigos publicados nos últimos 15 anos, nos idiomas português, inglês e espanhol, indexados nas bases de dados. Com isso, foram incluídos artigos que preencheram os critérios de elegibilidade, e eliminadas as duplicidades e os artigos que não se adequam ao objetivo proposto. Após o levantamento bibliográfico dos artigos científicos utilizando critérios de elegibilidade e a aplicando os critérios de exclusão, foram utilizados um total de 139 artigos. A referida revisão, deixa clara a importância da compreensão, de uma equipe multiprofissional e da atualização constante sobre o conhecimento, investigação e manejo da IOP associada aos distúrbios adrenais, tendo em vista ser uma enfermidade de início silencioso, de caráter progressivo e com consequências físicas e psicológicas para as mulheres acometidas.