O aumento populacional entre as pessoas idosas é uma realidade mundial caracterizada por uma mudança dos padrões de morbimortalidade, tornando necessário o desenvolvimento de políticas públicas específicas para essa população. A fragilidade em idosos emerge como um desafio, podendo estar associada a diversos fatores. Vários estudos apontam que as doenças crônicas não transmissíveis nos idosos ocasionam mais vulnerabilidade e dependência, culminando geralmente, em um quadro de fragilidade. Diante deste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação da fragilidade e presença de morbidades em idosos vivendo na comunidade. Trata-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, realizado com 126 idosos cadastrados na Atenção Básica na cidade de João Pessoa. A fragilidade foi avaliada por meio da Escala de Edmonton e a presença de morbidades a partir de questionário semi estruturado. Foram realizadas análises descritivas e inferenciais, aplicados testes Qui-Quadrado, Spearman e de Kendall para avaliar a relação entre as variáveis. O estudo apontou que 76 (60,3%) dos idosos não apresentam fragilidade ou eram aparentemente vulneráveis e 50 (39,7%) tinham fragilidade leve, moderada ou grave. Classificados quanto à presença de morbidades apenas 6(4,8%) dos idosos não apresentaram nenhuma morbidade, 54(42,8%) apresentaram de 1 a 3 morbidades, 44(34,9%) possuíam de 3 a 5 morbidades e 22(17,5%) dos idosos tinham 5 ou mais morbidades. Quando avaliada a associação da quantidade de morbidades e grau de fragilidade, os testes de Kendall e Spearman constataram presença de associação entre elas, ao nível de significância de 1%, para ambos os testes, com ambos P-valores de aproximadamente 0.001. Ou seja, quanto maior o número de morbidades, maior o grau de fragilidade. Os resultados encontrados no estudo fornecem subsídios para o planejamento de ações e intervenções de prevenção e promoção de saúde, com o propósito de oferecer uma melhor qualidade de vida a essa população.