A inserção da dimensão ambiental no currículo é uma necessidade emergida tanto da crise socioambiental em curso, quanto da demanda por ações envolvendo o processo de Educação Ambiental como uma política pública de educação. Essa pesquisa tem como objetivo compreender aspectos legais e pedagógicos do processo de ambientalização curricular em cursos de licenciatura de universidades públicas da Paraíba. Durante o primeiro trimestre de 2022, foram analisados os Projetos Pedagógicos de Curso e as ementas das disciplinas de dois cursos de licenciatura em Ciências Biológicas, um da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e um da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), para avaliar como estes cursos estão alinhados com as características indicadas pela Rede de Ambientalização Curricular de Ensino Superior. Percebeu-se que os cursos englobam a maioria das características necessárias para a ambientalização curricular, porém o curso da UFPB não englobou as características “Considerar os aspectos cognitivos e afetivos, éticos e estéticos” e “Espaços de reflexão e participação democrática”, o curso da UFCG não englobou esta última. Ao analisar 40 ementas e as referências bibliográficas das referidas disciplinas, constatamos que 12,5% (n=5) das disciplinas do curso de Ciências Biológicas da UFPB contemplam elementos referentes a temática socioambiental, e somente 7,5% (n=3) tem caráter obrigatório. Na UFCG, das 32 disciplinas analisadas 18,75% (n=6) apresentaram envolvimento com o tema. Levar em consideração os interesses e capacidades dos educandos é primordial para o alcance de uma formação digna, assim como, tornam-se essenciais espaços para discussões e reflexões voltadas à Educação Ambiental e evidencia-se a necessidade de englobar tais características nos documentos normativos das universidades e nas temáticas abordadas nas disciplinas.