A negligência e/ou abandono estão entre os principais tipos de violência praticados contra a pessoas idosa. Situação que repercute negativamente na vida, saúde e segurança dessa população, sugerindo a discussão de novas estratégias de prevenção e enfretamento dos casos. Nesta perspectiva, o estudo teve como objetivo: Investigar o panorama das notificações de internação por negligência e/ou abandono de idosos no Brasil. Estudo ecológico, descritivo, quantitativo, desenvolvido por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, com dados de 2017 a 2021. No quinquênio estudado foram notificados 486 casos de internação por negligência e/ou abandono cometidos contra idosos no Brasil. A maioria dos casos 455 (93,62%) ocorreram na região sul do país. A região Nordeste notificou 21 (4,32%) casos, Sudeste 9 (1,85%) e Centro-oeste 1 (0,21%) e não foram notificados casos no norte do país. Em relação ao ano, verificou-se que a maioria das notificações 133 (27,36%) ocorreu em 2018, 2017 notificou 132 (27,17%), 2016 e 2021 notificaram, respectivamente, 76 (15,64%) e 74 (15,23%) e 2020 obteve o menor número 71 (14,60%) de notificações. Idosos entre 60 aos 69 anos foram as principais vítimas 203 (41,77%), seguidos dos idosos com 70 a 79 anos 161 (33,13%) e daqueles com idade igual ou maior a 80 anos com 122 (25,10%). Houve prevalência do gênero masculino como vítimas desse tipo de agravo, totalizando 264 (54,32%) casos. Conclui-se que as apesar do decréscimo no número de notificações, as internações de idosos por abandono e/ou negligência persiste como uma realidade no Brasil, principalmente, na região Sul. Destaca-se que os dados apontam que esse tipo de violência acontece de forma velada e, principalmente, nos ambientes onde os idosos deveriam estar protegidos. Tal fato exige ações do poder público para orientar, prevenir, coibir e investigar casos suspeitos ou confirmados de violência contra a pessoa idosa.