A DEPRESSÃO EM IDOSOS É UMA AFECÇÃO COMUM, MAS SUBDIAGNOSTICADA. ESTIMA-SE QUE CERCA DE 30 A 50% DOS CASOS NÃO SEJAM IDENTIFICADOS, O QUE PODE ESTAR RELACIONADO A SUAS DIFERENTES E INESPECÍFICAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NESSA POPULAÇÃO. VISANDO UMA FORMA EFICIENTE E REPRODUTÍVEL DE DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO NA POPULAÇÃO IDOSA, FORAM DESENVOLVIDOS INSTRUMENTOS DE RASTEIO, ENTRE ELES A ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA (EDG) QUE CONSISTE EM 15 PERGUNTAS DE FÁCIL APLICAÇÃO. PARA A ATENÇÃO BÁSICA A SAÚDE, SINTETIZOU-SE UMA ADAPTAÇÃO DA EDG EM 4 QUESTÕES (EDG-4) COMO FORMA DE RASTREIO COM BOA SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE. O INTUITO DESTE RELATO FOI DESCREVER A EXPERIÊNCIA DE APLICAÇÃO DESTA FERRAMENTA NA ROTINA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (UBSF) DE CAMPO GRANDE. A EXPERIÊNCIA OCORREU EM UMA UNIDADE SITUADA EM TERRITÓRIO COM ALTA PREVALÊNCIA DE IDOSOS. PACTUOU-SE COM A SALA DE TRIAGEM DA UBSF A APLICAÇÃO DA EDG-4 PARA POPULAÇÃO ACIMA DOS 60 ANOS QUE PROCURASSE ATENDIMENTO ENTRE OS DIAS 13/09/2021 A 19/10/2021. ESTABELECEU-SE UM FLUXO ONDE, OS IDOSOS QUE PONTUASSEM ≥2 PONTOS NA ESCALA DEVERIAM SER ENCAMINHADOS PARA CONSULTA DE PSICOLOGIA DISPONÍVEL NA UBSF PELO NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF), E AQUELES QUE PONTUASSEM ≥4 ERAM ENCAMINHADOS PARA CONSULTA MÉDICA. INDEPENDENTEMENTE DO RESULTADO, TODOS OS USUÁRIOS, EM SEGUIDA, ERAM ATENDIDOS DE ACORDO COM SUA DEMANDA ORIGINAL. APÓS O PERÍODO DE APLICAÇÃO PACTUADO, FORAM ANALISADOS OS RESULTADOS RELATIVOS A 37 IDOSOS, SENDO 14 DO SEXO MASCULINO (37,83%) E 23 (62,16%) DO SEXO FEMININO; 19 (51,35%) DA FAIXA ETÁRIA DE 60 A 69 ANOS, 12 (32,43%) DE 70 A 79 ANOS, 6 (16,21%) DE 80 A 89 ANOS. ENTRE TODOS, 10 (27,02%) TINHAM PLANO DE SAÚDE; 8 (21,62%) MORAVAM SOZINHOS; 23 (61,16%) ERAM DA RAÇA BRANCA, 2 (5,40%) INDÍGENAS, E 4 (10,81%) PARDA/PRETA. DOS 37 IDOSOS INCLUÍDOS NO ESTUDO, 3 (8,1%) TIVERAM PONTUAÇÕES MAIORES/IGUAIS A 2 NA EDF-4. DESTES, 2 (66,66%) MORAVAM SOZINHOS, 2 (66,66%) ERAM MULHERES, 1 (33,33%) ERA INDÍGENA. SOMENTE UM OBTEVE 4 PONTOS, SENDO LOGO ABORDADO POR EQUIPE QUALIFICADA. OBSERVOU-SE QUE A PREVALÊNCIA DE IDOSOS COM DEPRESSÃO NO RASTREIO FOI MENOR QUE A ENCONTRADA NA LITERATURA, O QUE PODE ESTAR RELACIONADO AO NÍVEL SOCIOECONÔMICO DAQUELA POPULAÇÃO E À FORTE REDE DE APOIO CONSTRUÍDA PELA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES COM AUXÍLIO DA UBSF. COMO PRINCIPAL RESULTADO RESSALTA-SE A EXPERIÊNCIA DE ADOÇÃO DE UMA FERRAMENTA DE RASTREIO SIMPLES E EFICIENTE NA ROTINA DA UBSF. TRATA-SE DE UMA ESTRATÉGIA FACTÍVEL E COM IMPORTANTES RESULTADOS PARA IDENTIFICAÇÃO E CUIDADO DA POPULAÇÃO IDOSA ATENDIDA PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA.