Moacyr Scliar tornou-se um dos grandes escritores brasileiros da segunda metade do séc. XX e início do séc. XXI, não só pela quantidade de obras, um número superior a oitenta, mas, principalmente, pela qualidade estética de seus textos. Analisar e refletir a produção de Scliar torna-se uma necessidade de compreender os olhares deste autor sobre a realidade do mundo e do ser humano que observa. A sua fortuna crítica, principalmente em relação aos contos, ainda é incipiente. Nosso objetivo neste artigo é analisar o conto “Lavínia” que está no livro Os Melhores Contos de Moacyr Scliar (1988). Observamos a representação do espaço da mansão, como uma variação do cronotopo da casa, nos baseando em reflexões de Bakhtin (1991) sobre a categoria do cronotopo; além disso, nos pautamos no pensamento de Bachelard (1978) sobre a categoria da Intimidade Protegida, desenvolvendo esta categoria em duas subdivisões: a intimidade velada e a intimidade revelada.