A ESCOLA, A DIDÁTICA E O CURRÍCULO COMPÕEM UM CIRCUITO QUE EVIDENCIA CONTRADIÇÕES E PARADOXOS QUANDO PENSAMOS NO ENSINO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E NOS DESAFIAM A ARTICULAR OS PROBLEMAS LOCAIS E GLOBAIS E, ASSIM, CAMINHAR NUM HORIZONTE DE POSSIBILIDADES QUE NÃO SE ENCERRAM NAS DIRETRIZES E NORMAS PROPAGADAS PELO GOVERNO E ELITES HEGEMÔNICAS. DE ACORDO COM FARIAS (2009, P. 20), “A DIDÁTICA CRÍTICA SOBREPÕE O QUE É FUNDAMENTAL NO ATO EDUCATIVO, OU SEJA: O ENTENDIMENTO DA AÇÃO PEDAGÓGICA COMO PRÁTICA SOCIAL; A PERCEPÇÃO DA MULTIDIMENSIONALIDADE DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM, RECONHECENDO SUAS DIMENSÕES HUMANA TÉCNICA E POLÍTICA”. NESSE SENTIDO, ESTE ESTUDO OBJETIVA COMPREENDER COMO A INTERFACE ENTRE A DIDÁTICA E A INTERCULTURALIDADE CRÍTICA E PEDAGOGIA DECOLONIAL CONTRIBUEM PARA A SUBVERSÃO DE PADRÕES HEGEMÔNICOS QUE EVIDENCIAM A COLONIALIDADE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR NA AMAZÔNIA. PARA ALCANÇÁ-LO, REALIZAMOS UMA PESQUISA DE CARÁTER BIBLIOGRÁFICO, BUSCANDO ALGUMAS CATEGORIAS A PRIORI COMO: DIDÁTICA, COLONIZAÇÃO, REPRESENTAÇÕES, INTERCULTURALIDADE CRÍTICA, NARRATIVAS. DE ACORDO COM GIL (2009, P. 63), A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA DEMANDA “A REFLEXÃO CRÍTICA ACERCA DOS ASSUNTOS ESTUDADOS, DE TAL FORMA QUE SEJA POSSÍVEL IDENTIFICAR [...] ABORDAGENS TEÓRICAS RELEVANTES PARA O ESTUDO DO FENÔMENO E, SE POSSÍVEL, OPTAR POR UMA ABORDAGEM CAPAZ DE FUNDAMENTAR O TRABALHO”. PARTIMOS DAS EVIDÊNCIAS DO FENÔMENO DO RACISMO NO COTIDIANO ESCOLAR: HÁ O SILENCIAMENTO, A INVISIBILIZAÇÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA (DEUS, 2008). É IMPOSSÍVEL DEIXAR DE DESTACAR TAMBÉM QUE NOS MOBILIZA AS CENAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL OBSERVADAS DESDE O GRUPO FAMILIAR E EM OUTROS GRUPOS SOCIAIS. AS AMARRAS PSICOLÓGICAS, SOCIOCULTURAIS, POLÍTICAS E INSTITUCIONAIS QUE ENGESSAM NOSSOS MODOS DE VIDA NOS PADRÕES EUROPEUS COMO REFERÊNCIA, ATRAVESSAM O CAMPO EDUCACIONAL E A DIDÁTICA NUM CICLO RECURSIVO, ENTRE SOCIEDADE E ESCOLA, EM QUE OS PROFESSORES E PROFESSORAS – E DEMAIS SUJEITOS DA COMUNIDADE ESCOLAR – PODEM SER REPRODUTORES DE RELAÇÕES SOCIAIS MARCADAS PELO RACISMO. DE ACORDO COM CANDAU (2020, P.15), NO CAMPO DA DIDÁTICA, É FUNDAMENTAL CONSIDERAR “O CONTEXTO ONDE SE REALIZAM AS PRÁTICAS EDUCATIVAS, OS CONSTRANGIMENTOS E POSSIBILIDADES QUE LHE SÃO INERENTES, E DESENVOLVER UM DIÁLOGO CRÍTICO E PROPOSITIVO ORIENTADO A FORTALECER PERSPECTIVAS EDUCATIVAS E SOCIAIS ORIENTADAS A RADICALIZAR OS PROCESSOS DEMOCRÁTICOS”, ARTICULANDO IGUALDADE E DIFERENÇA SALA DE AULA, NA ESCOLA E SOCIEDADE EM GERAL. SALIENTA QUE O HORIZONTE EMANCIPADOR É A REFERÊNCIA FUNDAMENTAL. ESTES SÃO COMPONENTES IMPRESCINDÍVEIS NA PROMOÇÃO DE PROCESSOS EDUCATIVOS NA PERSPECTIVA INTERCULTURAL CRÍTICA QUE DEVEM IMPREGNAR A FORMAÇÃO DOCENTE, INICIAL E CONTINUADA. AO PENSAR NUM MOVIMENTO DE DESCOLONIZAÇÃO DE NOSSAS MENTES E CORPOS, DE SABERES E MODOS DE VIDA, É IMPRESCINDÍVEL A COMPREENSÃO DA SOCIEDADE SOB OUTRA PERSPECTIVA QUE NÃO A DO COLONIZADOR. ISSO SIGNIFICA CONSTRUIR OUTRAS NARRATIVAS QUE NOS POSSIBILITEM O REFAZIMENTO DE NOSSA COSMOVISÃO E NOS LEVE A UM MOVIMENTO DE PRÁTICAS SOCIAIS EM QUE NEGROS E INDÍGENAS, POR EXEMPLO, PROTAGONIZEM A DINÂMICA DE NOSSA SOCIEDADE.