A realidade da morte e o enigma em torno de sua verdade trazem frequente convocação à busca de explicações à evidência dessa realidade. É um tema bastante mencionado, porém pouco analisado como um desdobramento próprio do devir humano. Em paradoxo, não cessa em sua convocação para que algo seja dito a seu respeito. A clínica infantil demonstra com freqüência a dificuldade dos adultos em dialogarem com as crianças sobre essa questão. Este trabalho discute, à luz da psicanálise, em Freud e Lacan, recursos oferecidos na literatura infantil como possibilidade de evocar o tema da morte e suas eventuais elaborações. Utilizaremos os livros "Menina Nina: duas razões para não chorar" (ZIRALDO, 2005) e "O pássaro encantado" (RUBEN ALVES, 2010) como textos literários que referenciam esta análise.