NUNES, Eugenia Lucia Dos Santos et al.. Genero na educação infantil. Anais VI FIPED... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/6392>. Acesso em: 22/12/2024 16:18
A escola, por meio de suas professoras, estava reproduzindo diariamente, uma identidade nos sujeitos masculinos e femininos heterossexuais, de acordo com os modelos vigentes e aceitos na sociedade e isso começa desde a Educação Infantil já que as crianças não nascem conhecendo os estereótipos que a sociedade tem muito presente, como normas. Diante disso, o objetivo deste trabalho é discorrer sobre as interações existentes entre professores e crianças na Educação Infantil, a partir da (re)produção da identidade de gênero. Para isso tivemos como referencia a autora Guacira Lopes Louro onde defende que a Educação esta implicada, seja também qual for à perspectiva que se assuma, num processo de construção de sujeitos. Gênero pode ser, pois, um conceito relevante, útil e apropriado para as questões educacionais. Pondo em xeque o caráter “natural” do feminino e do masculino, o conceito indica que há um processo, uma ação, um investimento para “fazer” um sujeito “de gênero”. Se observarmos com um olhar de gênero, todas as experiências vividas na sala de aula contribuem para a formação da construção das identidades de gênero e de sexualidade das crianças. A escola é uma instituição social que transmite e reproduz valores e comportamento que na sua visão são considerados como os mais adequados, com a diferenciação dos sexos, a partir do vestuário, das brincadeiras e das relações dentro da escola, formando assim sujeitos masculinos e femininos. Este estudo revelou que as profissionais da educação desconsideram a influência de suas práticas na construção das identidades de gênero das crianças; que as crianças, na escola, são expostas a modelos de identidades fixas de masculinidade e feminilidade; que meninas e meninos recebem tratamento diferenciado por parte das professoras, baseado em comportamento adequado para cada sexo. A articulação entre gênero, a educação infantil e o trabalho pedagógico ainda representam um desafio a ser superado.