PERSEGUIÇÃO E PROIBIÇÃO ÀS LÍNGUAS INDÍGENAS ACARRETARAM SÉRIOS PREJUÍZOS SOCIOCULTURAIS E IDENTITÁRIOS AOS POVOS TRADICIONAIS DO BRASIL, PRINCIPALMENTE PORQUE A LÍNGUA É O ELEMENTO MAIS CLARO DE SUA HISTÓRIA: A PERDA DESSE ELEMENTO É CONSTANTEMENTE USADA COMO NEGAÇÃO DAS IDENTIDADES INDÍGENAS. POR ISSO, TORNA-SE TÃO NECESSÁRIO IDENTIFICAR O USO DAS LÍNGUAS AUTÓCTONES NAS COMUNIDADES DO OPARÁ, RIO QUE POTENCIALIZOU O PROCESSO DE EXPANSÃO COLONIAL. PARA ISSO, É PRECISO IDENTIFICAR COMO AS MARCAS CULTURAIS E LINGUÍSTICAS LOCAIS SÃO TRABALHADAS POR PROFESSORES NAS ESCOLAS NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E DA EDUCAÇÃO INTERCULTURAL, QUE LEVAM EM CONSIDERAÇÃO OS DIRECIONAMENTOS DA LEI 11.645/2008. A ESCOLA FOI O PRINCIPAL INSTRUMENTO DEVORADOR DE CULTURAS DOS INDÍGENAS BRASILEIROS: ESMAGOU COMUNIDADES, IGNOROU CONHECIMENTOS, PROIBIU CULTURAS, TRADIÇÕES, RITOS E CERIMÔNIAS. APLICOU COM RIGOR O PROJETO DO MONOLINGUISMO, O QUE AJUDOU A DESTRUIR MAIS DE 1.000 LÍNGUAS NATIVAS. DEFENDEMOS AQUI QUE A LÍNGUA MATERNA DEVE SER UTILIZADA PARA ALFABETIZAR E EDUCAR AS CRIANÇAS, SOBRETUDO NOS PRIMEIROS ANOS. PARA OS INDÍGENAS, A LÍNGUA É UM INSTRUMENTO DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS PRÓPRIOS, VALORES ÉTNICOS E IDENTITÁRIOS QUE SÓ DEVEM SER REPASSADOS NAQUELA LÍNGUA PARTICULAR E A LEGISLAÇÃO QUE ORIENTA O ENSINO BILÍNGUE NAS ALDEIAS PODE SER UM PRENÚNCIO DO RESPEITO ÀS COMUNIDADES TRADICIONAIS NA NOVA CONJUNTURA SOCIOCULTURAL. NESTE SENTIDO, ESTE ESTUDO DEFENDE A IDENTIFICAÇÃO DE TERRITÓRIOS LINGUÍSTICOS DOS POVOS INDÍGENAS ÀS MARGENS DO OPARÁ, EM QUE LÍNGUAS NÃO UTILIZADAS, ESTÃO “VIVAS”, RESGATANDO UMA ASCENDÊNCIA SOCIOCULTURAL E POSSIBILITAM UMA IDENTIFICAÇÃO ÉTNICA.