O presente trabalho objetiva analisar as representações do sagrado na literatura infanto-juvenil, tendo em vista a presença de estratos textuais que remetem à afirmação do sagrado nas manifestações do transcendente, e também a certa dessacralização desse sagrado, o profano, que remete a negação de constituições dogmáticas instituídas. Para tanto, foram selecionados alguns poemas de Cecília Meirelles e Manuel Bandeira nos quais contém representações patentes do Sagrado e, por outro lado, o conto “Histórias Malcriadas”, do livro homônimo de Ruth Rocha como representativo da dessacralização. Sabendo que, como afirma Mircea Eliade (1992), o Sagrado e o Profano são dois modos-de-ser no Mundo, e, ainda, que a literatura é um lugar de representações simbólicas desses dois modos, busca-se compreender como isso está manifesto no texto literário direcionado a crianças.