O cânone literário exclui a literatura dos afrodescendentes dos livros escolares, embora a lei 10.639/03 obrigue as escolas públicas e privadas a ensinar história e cultura afro-brasileira. Entendendo a leitura como ferramenta de formação humana, concebe-se a leitura da literatura afro-brasileira em sala de aula como forma de resgatar a memória cultural dos negros marginalizados, e sua afirmação identitária, desconstruindo assim, a imagem de indivíduo alienado e submisso, propagada pelo cânone literário. Este trabalho discorre sobre as considerações feitas acima através da análise do poema “Quem sou eu?”, do poeta afro-brasileiro Luiz Gama, destacando sua sátira à sociedade escravagista formada por senhores brancos, ricos e cristãos. O suporte teórico é dado pelos conceitos da crítica pós-colonialistas (BONNICI, 2009).