PARA ALÉM DE UMA UNIDADE VISUAL E DESCRITIVA, REPLETA DE SIGNIFICADOS PARTICULARES, AS PAISAGENS POSSUEM CARÁTER GEOSSISTÊMICO. NESSE CENÁRIO, GEOSSISTEMAS SÃO UNIDADES NATURAIS, POSSUINDO UMA DIMENSÃO QUALQUER NO ESPAÇO TERRESTRE EM QUE OS DIVERSOS COMPONENTES NATURAIS ESTÃO ASSOCIADOS SISTEMATICAMENTE UNS COM OS OUTROS, INTERAGINDO COM A ESFERA CÓSMICA E COM A SOCIEDADE HUMANA (SOCHAVA, 1978; CAVALCANTI E CORRÊA, 2016). AO SE AGREGAREM, OS ELEMENTOS FORNECEM UM PADRÃO ESPACIAL DE DIFERENTES DIMENSÕES, AGREGANDO PROCESSOS EM ACONTECIMENTO E PASSÍVEIS DE SEREM OBSERVADOS PELO OLHAR HUMANO, TAL QUAL, DESSE MODO, PERMITE-NOS REFLETIR ACERCA DOS DESTINOS QUE A PAISAGEM PODE DIRECIONAR-SE.
TRATAR-SE-Á, NESTE TRABALHO, A DEFESA DE UMA EDUCAÇÃO GEOSSISTÊMICA, OBSERVANDO AS POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO, AS VANTAGENS DA INSERÇÃO DA TEMÁTICA NO CONTEXTO ESCOLAR E PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA.
PARA REALIZAÇÃO DESTE TRABALHO, BUSCOU-SE ELENCAR COM BASE EM REVISÃO DA LITERATURA ESPECIALIZADA, OS PRINCIPAIS AUTORES QUE REFLETIRAM ACERCA DAS TEMÁTICAS DE PAISAGEM; GEOSSISTEMAS; ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA E PRÁTICAS ESCOLARES. ALÉM DISSO, A RELEVÂNCIA DO TRABALHO RESULTA, TAMBÉM, DAS EXPERIÊNCIAS E PERCEPÇÕES SOBRE O ENSINO DA GEOGRAFIA ENQUANTO GRADUANDOS DO CURSO DE GEOGRAFIA, AO SE OBSERVAR O ENORME DISTANCIAMENTO ENTRE TEMÁTICAS ATUAIS ACADÊMICAS E DE ENSINO ESCOLAR. COM BASE NA REVISÃO TEÓRICA, FEZ-SE POSSÍVEL ESTABELECER REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA PAISAGEM NA GEOGRAFIA E SUAS PRINCIPAIS BARREIRAS NO PROCESSO EDUCACIONAL.
DE ACORDO COM BOLÓS (1981) O ESTUDO DA PAISAGEM DEVE SER REALIZADO DE FORMA INTEGRADA, CUJOS ELEMENTOS ABIÓTICOS, BIÓTICOS E ANTRÓPICOS APARECEM ASSOCIADOS DE TAL MANEIRA QUE OS CONJUNTOS POSSAM SER TRABALHADOS EM UM MODELO SISTÊMICO.
FOI NA TENTATIVA DE PROPOR UMA UNIFICAÇÃO TERMINOLÓGICA DOS CONCEITOS DA GEOGRAFIA FÍSICA QUE O GEÓGRAFO RUSSO VIKTOR BORISOVICH SOCHAVA PROPÔS, EM 1963, A UTILIZAÇÃO DO TERMO “GEOSSISTEMA” PARA SUBSTITUIÇÃO DO TERMO PAISAGEM, EM RAZÃO, SOBRETUDO, DA POLISSEMIA EXISTENTE EM DIVERSAS DISCIPLINAS E DA TENTATIVA DE DIRECIONAR O OLHAR DA PAISAGEM ÀS FORMAÇÕES NATURAIS QUE SE MANIFESTAM NA SUPERFÍCIE TERRESTRE (CAVALCANTI; CORRÊA (2016); SEMENOV E SNYTKO, 2015).
A ABORDAGEM DA PAISAGEM GEOSSISTÊMICA NECESSITA, ALÉM DISSO, DE UMA CONSTANTE APROXIMAÇÃO QUANDO FOREM TRATADOS TEMAS ESPECÍFICOS DA GEOGRAFIA FÍSICA. POR EXEMPLO, QUANDO TRATAMOS DE GEOMORFOLOGIA, NECESSÁRIO SE FAZ A INCORPORAÇÃO DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS NA EVOLUÇÃO DO MODELADO. ASSIM TAMBÉM PODENDO SE RELACIONAR COM A DINÂMICA DE HIDROLÓGICA E BIÓTICA. NESSA PERSPECTIVA, NÃO HÁ COMO TRATAR ASSUNTOS DE FORMA FRAGMENTADA. O ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA DEVE SER TRATADO, IMPRETERIVELMENTE, DE FORMA SISTÊMICA.
INSERIR PRÁTICAS INOVADORAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA É UMA TAREFA IMPRESCINDÍVEL PARA A FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CAPAZES DE PENSAR CRITICAMENTE ACERCA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS. FAZ-SE NECESSÁRIO ENTÃO QUE O CONHECIMENTO GEOGRÁFICO NO CONTEXTO ESCOLAR SEJA CONVERGENTE NO QUE DIZ RESPEITO À LEITURA DA PAISAGEM. É DESSA MANEIRA QUE PODEMOS SUPERAR PARADIGMAS POSITIVISTAS DO SÉCULO XIX NO ENSINO DA DISCIPLINA E CAMINHAR PARA AS NOVAS PERSPECTIVAS INTEGRATIVAS E ATUAIS NA INVESTIGAÇÃO DE TEMAS QUE TRATEM O ESTUDO DA NATUREZA. SOMENTE ASSIM A GEOGRAFIA PODERÁ CORROBORAR COMO UMA DE SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE IDENTIFICAÇÃO: A DE SER UMA CIÊNCIA CAPAZ DE REFLETIR E ATUAR HABILMENTE SOBRE O ESPAÇO GEOGRÁFICO, FORNECENDO UM CONHECIMENTO EXPLICATIVO ACERCA DE COMO COMPONENTES DA PAISAGEM ESTÃO INTIMAMENTE RELACIONADOS.