A inatividade física entre adultos é um problema de saúde pública em nível mundial, e dentre as
possibilidades de viabilização de ações que envolvam intervenções com exercício físico,
aconselhamentos e educação em saúde para elevar o nível de atividade física (AF) da população,
pode-se considerar os espaços públicos destinados às ações de promoção de saúde. Posto isso, este
estudo objetivou analisar a efetividade de duas intervenções distintas na mudança de
comportamento frente ao nível de AF de participantes do Programa Saúde Ativa Uberaba-MG,
realizado na Atenção Básica de Saúde. Trata-se de um estudo quase-experimental com a
participação de 31 adultos, homens e mulheres, usuários do Sistema Único de Saúde. Os
participantes foram divididos em dois grupos: G1 (Grupo Exercício Físico combinado com
Educação em Saúde, n=19) e G2 (Grupo Educação em Saúde, n=12), com média de idade dos
participantes do G1 foi de 55 ± 9,5 anos e para os participantes do G2, foi de 51,2 ± 11,2. A
intervenção com o G1 consistiu em 40 minutos de exercício físico, e 20 minutos de educação em
saúde - 2 vezes por semana com 60 minutos de duração cada sessão. A intervenção do G2 foi
caracterizada com 40 minutos de educação em saúde – 1 vez por semana com 40 minutos de
duração por sessão. Ambas as intervenções tiveram a duração de 18 semanas. A AF foi avaliada
antes a após as intervenções por meio do questionário IPAQ-versão longa. A análise foi realizada
pelo método de Equações de Estimações Generalizadas (comparação das médias pré e pósintervenção intra e intergrupos) com intenção de tratar. Além disso, foi realizado o delta da AF
individualmente. Para as comparações das proporções (deltas) entre os grupos utilizou-se o teste
exato de Fisher. Para todas as análises adotou-se p<0,05. Ambos os grupos aumentaram
significativamente o tempo dispendido em AF do contexto de lazer (p=0,006). Não foram
observadas diferenças entre os grupos ou interação, isto é, os dois grupos aumentaram o NAF de
lazer após a intervenção Na análise do Delta, evidentemente apontou-se uma diferença significativa
para proporção de participantes que aumentaram a AF de lazer no G1 (p=0,010) em comparação ao
G2. Porém, ainda que o G2 não possua a intervenção em exercício físico, 44% dos participantes
deste grupo inclinaram-se na melhora neste domínio da AF apenas com a educação em saúde. Com
relação aos outros domínios, embora não tenham sido encontradas diferenças significativas nas
proporções de mudanças no nível de AF, a análise do delta demonstrou aumento de tempo
dispendido nos domínios transporte, atividades domésticas e manutenção na AF de trabalho.
Conclui-se que ambas as intervenções, mesmo que de formas distintas, podem ser efetivas na
mudança de comportamento para aumentar o nível de AF dos usuários da atenção básica de saúde.