Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

PRODUÇÃO TEXTUAL DO GÊNERO AUTOBIOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II: PROPOSTA DE ATUAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO PIBID – UNILAB

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Para responder a esses questionamentos, objetivamos neste trabalho analisar o processo de planejamento didático no eixo de produção textual do gênero autobiografia no Ensino Fundamental II de duas escolas municipais localizadas no Maciço do Baturité- CE, por meio de uma sequência didática de base teórica em Dolz; Schneuwly (2004) que envolveu um conjunto de atividades de leitura, de oralidade, de análise linguística no processo de produção do gênero em foco, considerando a importância dos gêneros textuais na sala de aula (Marcuschi, 2008). O gênero foi escolhido porque além de acentuar aspectos sociodiscursivos e linguísticos também considera a construção e a reflexão sobre a existência do produtor/aluno, acentuando a sua vida individual. Neste gênero, há uma fusão entre autor e narrador (o sujeito da enunciação é o mesmo sujeito do enunciado) - essa característica tem o poder de envolver e motivar os alunos para a produção textual, favorecendo as marcas de autoria. Entendemos que "a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização de inserção prática nas atividades comunicativas humanas" (Bronckart,1999, p.103), por essa razão, optamos em todas atividades didáticas o uso de gêneros textuais, salientando o texto como objeto de ensino-aprendizagem da língua portuguesa. Para Antunes (2017, p.130), "a expressão gênero textual é usada para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica". Dessa forma, o planejamento da produção de textos pelos alunos do PIBID-Unilab nas escolas públicas municipais contou como as seguintes etapas metodológicas que culminaram com uma Coletânea de Autobiografias produzidas pelos alunos: 1- roda de conversa sobre o gênero (ativação de conhecimentos prévios, relação com outros gêneros etc); 2- leitura, estudo, discussão e análise de diferentes exemplares do gênero (essa etapa seguiu as estratégias de leitura consagradas por Solé (1988) ; 3- motivação para produção (atividade lúdica de resgate à memórias da vida de cada estudante, momento em que foi elaborado um painel com as fotos dos alunos, de sua família, dos principais momentos da vida dos participantes); 4- planejamento da produção textual (com base na leitura e análise prévia do gênero, foi mediada uma atividade para produção de um roteiro guia que contemplasse as principais características do gênero em foco); 5- produção do primeiro rascunho (cada aluno escrevia a sua primeira versão do texto); 6- revisão coletiva de um exemplar escrito (o professor/bolsista escolheu uma versão para analisar aspectos composicionais e estruturais do gênero, adequabilidade, coerência, coesão, aspectos gramaticais e ortográficos dentre outros); 7- revisão em dupla dos textos dos colegas (com base na revisão coletiva, os colegas de sala trocam os textos para que cada um possa avaliar a produção do colega); 8- reescrita e autoavaliação dos textos pelos autores (os estudantes recebem os textos avaliados e comentados pelos colegas para revisão e reescrita); 9- avaliação dos textos pelo professor (os textos depois de avaliados pelos colegas, reescritos e revisados pelos autores é entregue ao professor/bolsista); 10- reescrita da versão final, organização da Coletânea de Autobiografias e lançamento. Essa sequência de atividades investigou i- o papel do planejamento do professor para o desenvolvimento das habilidades dos alunos em produzir textos na escola; ii- a compreensão de que toda produção textual envolve: a- para que escrever? (com intuito de produzir uma coletânea de textos sobre sua vida), b- por quem será produzido? (pelos estudantes da classe) c- para quem? (para os alunos da escola e para comunidade) e d- como? (por meio do gênero autobiografia); por fim, analisou iii- a importância da mediação em atividades que promovam a capacidade de os estudantes produzirem, revisarem, avaliarem e reescreverem os seus próprios textos. Em virtude dessas considerações, concluímos que o planejamento da produção de textos na escola requer um empenho sério do professor, empenho que contemple a língua em uso, a presença de gêneros textuais que reforce o texto como objeto de ensino-aprendizagem, a articulação da leitura, da oralidade e da análise linguística no processo de produção textual, a valorização do processo de escrita e não do produto (redação escolar), promovendo a autonomia dos alunos em relação a sua capacidade de produzir textos orais e escritos - autonomia e motivação resultantes de uma mediação pedagógica adequada. Palavras-chave: Planejamento, sequência didática, produção textual, autobiografia. Referências ANTUNES, Irandé. Textualidade: noções básicas e implicações pedagógicas. São Paulo: Parábola, 2017. DOLZ, J. ; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. SANTOS, L. W; RICHE, C. R; TEIXEIRA, C.S. Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto. (Coleção Linguagem e Ensino). 2012. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual: análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Cortez, 2008. SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6 ed., Porto Alegre: Artmed, 1998. "
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

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Para responder a esses questionamentos, objetivamos neste trabalho analisar o processo de planejamento didático no eixo de produção textual do gênero autobiografia no Ensino Fundamental II de duas escolas municipais localizadas no Maciço do Baturité- CE, por meio de uma sequência didática de base teórica em Dolz; Schneuwly (2004) que envolveu um conjunto de atividades de leitura, de oralidade, de análise linguística no processo de produção do gênero em foco, considerando a importância dos gêneros textuais na sala de aula (Marcuschi, 2008). O gênero foi escolhido porque além de acentuar aspectos sociodiscursivos e linguísticos também considera a construção e a reflexão sobre a existência do produtor/aluno, acentuando a sua vida individual. Neste gênero, há uma fusão entre autor e narrador (o sujeito da enunciação é o mesmo sujeito do enunciado) - essa característica tem o poder de envolver e motivar os alunos para a produção textual, favorecendo as marcas de autoria. Entendemos que "a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização de inserção prática nas atividades comunicativas humanas" (Bronckart,1999, p.103), por essa razão, optamos em todas atividades didáticas o uso de gêneros textuais, salientando o texto como objeto de ensino-aprendizagem da língua portuguesa. Para Antunes (2017, p.130), "a expressão gênero textual é usada para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica". 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