Memória Visual e o aprendizado das Artes Cênicas e Visuais. Gabriel Rufino Santos do Nascimento /Grufino07@gmail.com/UERJ Júlia Dutra Mendonça/UERJ Felipe Lanzillotta Dias/UERJ Carla Alves Fionda/UERJ Tainá de Macedo Pimenta/UERJ Yuri Vianna de Freitas/UERJ Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem Agencia Financiadora: CAPES PIBID Resumo Este trabalho é um esforço de seus autores vinculados ao PIBID de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) de debruçar-se sobre questões de educação voltadas para o ensino da arte nas escolas de educação básica. O texto tem como objetivo elucidar metodologias que tem como propostas centrais a fuga da relação de sala de aula tradicional, de hierarquias estabelecidas e de aparente organização cartesiana. Acredita-se que há na escola muito mais do que se pode ver na superfície. É no cotidiano da escola, entre a agitação fugas e compenetração aguda, que dá-se o que consideramos formação. Nossos esforços de reflexão vão em direção ao entendimento de que não há muro físico ou simbólico que separe a vida ordinária da sala de aula e a que vivemos fora dela. A fuga de que falamos consiste na busca de práticas consonante ao mundo e a memória do aluno. Segundo Paulo Freire, "ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidade para sua própria construção" (Freire, 2016, Pedagogia da Autonomia; p 46). Partimos desta compreensão de educação atrelados a nossa especificidade do ensino de Artes Visuais para pensar a pertinência da memória visual como conteúdo caro a formação dos alunos, uma vez que influencia na compreensão e percepção de elementos simbólicos que constituem o mundo imagético que pertencemos. Atribuindo também para a melhora na quantidade e qualidade de informações que são captadas na observação de mundo dos jovens, o exercitar da memória visual e retentiva, isto é, a absorção permanente de certos aprendizados, trará uma identificação mais apurada de formas e ambientes, que só aumenta com o crescimento pessoal, de apropriação e aprimoramento do seu repertório imagético, e corporal, do desenvolvimento psicomotor, físico e intelectual. Utilizando como alicerce os conteúdos procedimentais de Dolors Dilmé, Missún Forrellad, Rosa Gratacós, Mountserrat Olivier, propomos elaborar atividades voltadas à educação e a produção poética dos alunos com o intuito de amalgamar suas visualidades, como: criação de máscaras (as quais serão criadas individualmente pelas crianças, a partir de materiais diversos), personagens (a partir da análise comportamental do cotidiano das pessoas) montagem de cenário (junto com a ideia da marcação no teatro essa prática poderá ajudar a desenvolver o senso de posição espacial dos corpos das crianças), colagens e desenhos (aumento do banco imagético e aprimoramento da seleção de imagens, apropriação de imagens e quebra de padrão estético estabelecido), jogos (auxílio no aprendizado de símbolos com a visualização). É notável, segundo as autoras, que, quanto mais estimulada a memória visual, mais barreiras criativas serão libertas, pois se torna mais sutil a relação entre a imagem mimética e a imaginária, e quanto maior for o banco de dados de imagens, mais fácil será detectar as modificações visuais entre as imagens reais e as representadas, o ambiente ao seu redor e como ele é influenciado pela arte e a Cultura Visual. Durante o ensino fundamental é possível observar o desenvolvimento dos desenhos das crianças, o que elas desenham quando lhes é ofertado a experimentação de um desenho livre, a sua percepção do mundo seguindo seus signos e símbolos próprios, e, o que coloca no desenho quando atingem a consciência do eu individual, neste caso, é feito o uso da memória visual ou retentiva Dilmé, Dolors; Forrellad, Missún; Gratacós Rosa; Olivier Mountserrat, (1993). Outros estímulos ao longo da formação do aluno podem ser feitos a partir de exercícios como de observação de objetos simples, desenho de observação de objeto sem olhar para a superfície, apreciação de cenários com estéticas que agradam individualmente e tradução destes cenários através de desenhos, pinturas, colagens (e outras formas de expressão artística), e até exercícios com imagens consideradas visualmente complexas, como as presentes no jogo "Pictureca", nas revistas "Onde está o Wally?" e nos jogos "Cadê?", encontrados nas revistas "Recreio". O trabalho da memória visual nas artes cênicas é de grande importância, visto que, para a criação de personagens faz-se necessário uma pesquisa, um exercício de observação do comportamento das pessoas ao seu redor, desde a forma de andar, de se comunicar, reagir aos fatores extrínsecos que o cotidiano proporciona, aos pensamentos; juntamente à criação de cenários que necessitam de uma abstração, como os contos clássicos da literatura, na criação de acessórios e adereços (como máscaras, roupas, joias etc) relacionados as artes visuais. A prática desses exercícios que trabalham com a memória visual no âmbito da linguagem teatral e visual das artes, afetam suas personalidades e vidas, pois colabora com o desenvolvimento do individuo oferecendo ferramentas que tem como objetivo maior a autonomia, inerente à formação cidadã. Palavras-Chave: Artes Visuais, Artes Cênicas, Memória Visual, Aprendizado. Referências ZABALA, Antoni (1993), Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula; DILMÉ, Dolors; FORRELLAD, Missún; GRATACÓS Rosa; OLIVIER Mountserrat, Educação Artística: Artes Plásticas. FREIRE, Paulo (2016), Pedagogia da Autonomia; p 43.