LUTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXOES SOBRE AS POSSIBILIDADES DIDATICO-METODOLOGICAS DA RESIDENCIA PEDAGÓGICA
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No Brasil segundo a LDB 9394/96 a escolarização formal contempla a educação básica que por sua vez é constituída por 3(três) etapas: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Será para essa primeira etapa que concentraremos nossos esforços de investigação, considerando as intervenções possíveis a partir da implementação do Programa de Residência Pedagógica. A Educação Física por sua vez é componente curricular obrigatório como evidenciado em publicação do Art. 26, parágrafo 3°, desde 2001. Devendo ser um conhecimento acessado em todas as etapas de formação da educação básica, todavia questionamos-nos como a luta é tratada na Educação Infantil? Quais as possibilidades didático-metodológica de lidar com elas? Para tanto, realizamos um estudo do tipo descritivo, com abordagem qualitativa pautada na base hermenêutica-dialética porque para Minayo (2002) estas opções permitem analises mais profundas dos sentidos e significados coletados, oportunizando analises criticas mais densas. Para coleta dos dados utilizamos o registro diário de observação e participação a cerca das atividades realizadas, e, para analise tomamos Brandin (2009) através da analise de conteúdo como referencia. Inferimos que a luta é um fenômeno sociocultural que deve ser reconhecido e tratado como elemento pedagógico e conhecimento pertinente á Educação Física. (FÁVERO;SOUSA,2010). Ainda segundo Rufino e Darido (2013), a luta é uma pratica corporal desenvolvida ao longo da historia da humanidade pelas necessidades de sobrevivência e acesso a ludicidade, assim, elas exercem fascínio sobre os sujeitos compondo a cultura corporal. Sendo a educação infantil a primeira etapa da educação básica conhecemos ser essencial para o processo de formação humana que estas crianças acessem a noção de historicidade da luta diante da perspectiva da cultura corporal, experimentando movimentos específicos de determinadas praticas e épocas, analisando e construindo os saberes a partir das suas possibilidades sócio cognitivas (COLETIVO DE AUTORES, 2012). Identificamos que a Educação Infantil abarca diferentes momentos do desenvolvimento humano, a que implica diversas estratégias metodológicas para que se alcance o objetivo proposto pela abordagem crítico-superadora: organização dos dados da realidade nesta fase de sincretismos. Para Facci (2004) ate o 1° ano as estratégias de aprendizagem poderão estar voltadas a comunicação emocional do bebê, do 2° ano ao 4° ano de vida á manipulação de objetos e ate os 7 anos o mundo da fantasia seria a melhor maneira de estabelecer comunicação. Fundamentados nessas reflexões, temos realizado experiências didático-metodologicas com as lutas na educação infantil na etapa de imersão do Programa de Residência Pedagógica. Durante essa fase estamos adentrando a rotina das crianças e identificando os perfis educacionais para construir as aulas visando estabelecer conexões da rotina dos alunos com a temática abordada na aula e assim tornar a vivencia mais significativa trazendo uma experiência mais lúdica das lutas para o ambiente infantil. Grupo Etário Forma de Aprendizagem Expressão da Luta Descrição 0-1 Comunicação e Emoção Capoeira A capoeira tem a musicalidade muito presente em sua essência e torna a sua aplicação com as crianças desta faixa etária relevante. Visto que a partir das musicas podemos estimular os movimentos básicos de sentar e levantar, engatinhar, apoiar-se com as mãos ao movimentar-se coisas que fazem parte do universo infantil e a musicalidade torna-se uma estratégia eficiente para envolver os pequenos a experimentar os movimentos. 2-4 Manipulação de objetos Esgrima De início foi apresentada a luta esgrima e os equipamentos utilizados na mesma, e em seguida foi distribuída uma folha com os desenhos dos equipamentos para que os alunos pudessem pintar. Na aula seguinte levei alguns materiais alternativos: papelão, jornais, sacolas plásticas e fitas. Em seguida comecei a problematizar como iríamos construir a arma, o colete (aqueles desenhos que eles pintaram na aula anterior) para podemos vivenciar os fundamentos básicos na próxima aula. Dei alguns nortes e começamos a construção. Após a construção dos equipamentos, vivenciamos os fundamentos básicos da esgrima através de algumas atividades lúdicas como por exemplo: a brincadeira pisa no pé entre outras. 5-6 Jogos Lúdicos Jogos de Oposição Nessa fase a experimentação através das brincadeiras torna a construção do conhecimento no conteúdo lutas algo onde o professor, mesmo sem o domínio de uma luta especifica, tenha uma gama ampla de maneira de proporcionar atividades onde os alunos podem experimentar vários movimentos presentes nas modalidades de combate. Um exemplo são os movimentos imitando os animais (pega do caranguejo por exemplo, onde utilizamos como maneira de locomoção a cocorinha da capoeira.), os jogos de defesa de território, os jogos de oposição também corroboram para formar este conteúdo. No entanto ao saber da importância das aulas de Educação Física infantil o conteúdo lutas possui diversas formas de ser trabalhado desde que respeite a fase no qual o aluno se encontra e mantenha a presença do lúdico nas suas aulas, pois o mesmo é um facilitador no processo de ensino aprendizagem. Referencias BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2003. METODOLOGIA, DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Coletivo de autores. 1992. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2014. BARDIN, Laurence. Análisis de contenido. Ediciones Akal, 1991. RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação física. Penso Editora, 2015. MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. A prática pedagógica histórico-crítica na educação infantil e ensino fundamental. Campinas: Autores Associados, 2011. 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