A aprendizagem é inerente ao docente, pois o bom professor provoca aprendizagem e também aprende, seja por meio de estudos individuais, experiências profissionais ou participação em capacitações, consolidando a formação inicial e continuada. Nesse sentido, justifica-se interesse em participar do Programa de Residência Pedagógica (PRP) ofertado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As primeiras experiências sobre esse programa foram desenvolvidas na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com a finalidade de proporcionar formação inicial e continuada de professores e gestores escolares, buscando um diálogo contínuo entre Instituições de Ensino Superior (IES) e escolas. A concepção maior do PRP é induzir a melhoria na formação inicial de professores, bem como desenvolver novos modelos de formação prática por meio de atividades que levem o residente a desempenhar a sua formação ao longo da graduação com ingresso na escola-campo após o 2º ano, visando aproximar a instituição formadora e a escola. Assim, compreende-se que uma das estratégias seria desenvolver metodologias que aproximem os residentes à realidade da sala de aula. As aprendizagens em percurso possibilita integrar teoria e prática, trocar experiências e dirimir dúvidas com o preceptor, outros residentes e a docente orientadora no momento das ações práticas. Promove também a aquisição de conhecimentos necessários a formação inicial do residente, bem como a formação continuada do preceptor, ampliando os conhecimentos que este já possui e (re) significando os saberes da experiência. Para tanto, o objetivo deste resumo é apresentar as contribuições do curso de formação de preceptores para atuar no PRP, denominado de "Formação de Professores, Prática Preceptora e a Melhoria da Qualidade da Educação no Ceará". Este curso foi ofertado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), campus Canindé e teve duração de 60h, dividido em momentos presenciais e a distância. Teve como objetivo fomentar nos preceptores e docentes orientadores o aprofundamento das bases teórico-metodológicas da organização do trabalho pedagógico, na constituição dos saberes e imersão nos campi, bem como escolas de educação básica cearenses para o desenvolvimento das ações do PRP/ IFCE. Nos encontros presenciais foram discutidos temas como: "Parceria entre Educação Básica e IES: possibilidades e desafios para a formação docente" e o "Plano de Atividades", cujas ações serão desenvolvidas pelos residentes em colaboração com os preceptores e docente orientadora. A distância e pelo ambiente virtual de aprendizagem MOODLE, as discussões foram divididas em três aulas. Na primeira se discutiu o Edital CAPES nº 06/ 2018, o Projeto Institucional da Instituição Formadora e o Subprojeto do Curso o qual o preceptor atuará, no caso, de Matemática, bem como as experiências do PRP na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A segunda aula versou sobre orientações teórico-metodológicas do ensino e na terceira, acerca do planejamento, desenvolvimento e avaliação das ações didático-pedagógicas. Para cada aula foram realizadas discussões em fóruns entre preceptores e docente orientadora e textos reflexivos pelos preceptores, a partir de referenciais teóricos indicados (ANASTASIOU, ALVES, 2003; GIGLIO, LUGLI, 2013; SILVA, MUZARDO, LIMA, 2016; RODRIGUES, 2017), dentre outros. A professora orientadora esteve constantemente acompanhando as atividades propostas e realizando avaliação contínua. Dentre as contribuições do curso, destacam-se duas. A primeira, refere-se aos conhecimentos e experiências relevantes para o desenvolvimento profissional. Especificamente sobre o conteúdo específico a ser ensinado, Gil-Perez e Carvalho (2006) pontuam o histórico da construção do conhecimento, orientações metodológicas aplicáveis para o desenvolvimento do conhecimento, conhecer as interações do trio Ciência - Tecnologia - Sociedade, saber selecionar conteúdos adequados que proporcionem uma visão atual da Ciência e estar preparado para aprofundar e adquirir novos conhecimentos. Destes, o mais desafiador diz respeito ao domínio de metodologias de ensino e de aprendizagem. A segunda contribuição concerne às estratégias utilizadas para gerenciar as mais diversas situações que acontecem na sua sala de aula e as metodologias utilizadas, as quais o aluno seja o centro do processo educativo enfatizando seu protagonismo e engajamento nas aulas de matemática e com os colegas, dentre elas: a metodologia de resolução de problemas (PBL) e o painel integrado. Aliada a elas, sugere-se utilizar as tecnologias digitais como recursos favoráveis e que visem aproximar conteúdos e a realidade do aluno. Tanto as metodologias quanto os recursos que o professor lança mão, no caso citado, as tecnologias, necessita-se de uma proposta pedagógica que responda as intenções do professor. No caso da matemática, as tecnologias mais utilizadas são jogos online associados a conhecimentos matemáticos, objetos de aprendizagem, que visam simular uma situação real e aproximar o aluno do objeto cognoscível. Espera-se que as aprendizagens adquiridas no curso possam ser compartilhadas e maximizadas com toda a gestão da escola e não apenas com os residentes, aproximando ainda mais a instituição formadora com a escola-campo. Palavras-chave: Preceptoria, Residência Pedagógica, Escola-Campo, Formação Continuada, Metodologias de Ensino. Referências ANASTASIOU, Lea das Graças Camargo; ALVES, Leonir Pessate (orgs.). Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 3 ed. Florianópolis: Univalle, 2003. BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Programa de Residência Pedagógica. Chamada Pública para apresentação de propostas no âmbito do Programa de Residência Pedagógica. EDITAL Nº 6/2018. Brasília, 2018. GIGLIO, Célia Maria Benedicto; LUGLI, Rosário Silvana Genta. Diálogos pertinentes na formação inicial e continuada de professores e gestores escolares. A concepção do Programa de Residência Pedagógica na UNIFESP. Cadernos de Educação - UFPel (Online), v. 46, p. 62-82, 2013. GIL-PEREZ, Daniel.; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2006. SILVA, Fábio Luiz da; MUZARDO, Fabiane Tais; LIMA, Ednilson Moisés de. Observando a gestão da sala de aula em uma turma de 9° ano. Atos de Pesquisa em Educação. Blumenau - vol. 11, n. 3, p.795-809 set./dez. 2016. Disponível em: . Acesso em 11 ago. 2018. RODRIGUES, Suely da Silva. Eficácia docente no ensino da matemática. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, [s.l.], v. 25, n. 94, p.114-147, mar. 2017. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0104-40362017000100005. SILVA, Fábio Luiz da; MUZARDO, Fabiane Tais; LIMA, Ednilson Moisés de. Observando a gestão da sala de aula em uma turma de 9º ano. Atos de Pesquisa em Educação, Blumenau, v. 11, n. 3, p.795-809, 01 set. 2016.