A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) é espécie arbórea pertencente à
família Anacardiaceae que apresenta distribuição natural limitada a América do Sul,
ocorrendo naturalmente desde o Ceará até a Argentina e Paraguai, sendo encontrada em
formações vegetais de caatinga, cerrado e floresta pluvial (Lorenzi & Matos, 2002). Essa
espécie vem sendo muito explorada em função das propriedades químicas, biológicas e
medicinais. Em virtude da presença, na casca, de grandes quantidades de taninos, tem sido
muito utilizada na indústria de curtimento de couros e medicina popular nordestina no
tratamento de doenças dermatológicas, ginecológicas e como cicatrizante natural (Souza et
al., 2007). Em muitas espécies a presença de luz favorece a germinação das sementes,
enquanto em outras, o comportamento germinativo das sementes é mais efetivo na ausência
do que na presença de luz (LABOURIAU, 1983). Para várias espécies vegetais a luz também
é necessária para a germinação das sementes. Nestes casos a germinação das sementes pela
luz está vinculada a um sistema de pigmentos chamados de fitocromos. Esses pigmentos estão
associados ao funcionamento das membranas biológicas, regulando, provavelmente, sua
permeabilidade e o fluxo de inúmeras substâncias dentro das células e entre elas (Taiz &
Zeiger, 2004). O presente trabalho objetivou avaliar a germinação de Aroeira do sertão sob
influencia de diferentes qualidades de luz. O experimento foi conduzido no laboratório de
sementes florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco. As sementes foram coletas
em Salinas – MG. Para a assepsia das sementes foram utilizados álcool 70% por 5 minutos e
lavadas em água destilada e em seguida imersas em hipoclorito de sódio com concentração
entre 2% à 2,5% por 5 minutos e logo após lavada em água destilada. Foi utilizado papel
toalha, colocado por 2 horas á 105oC em estufa. Para a realização do experimento foi utilizado
400 sementes de aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuva), com delineamento
experimental inteiramente casualizado com 4 tratamentos em diferentes qualidades de luz:
branca, vermelha, azul e preta. Cada tratamento tinha 100 sementes (4 repetições com 25
sementes). As sementes foram colocadas sob papel toalha e umedecidas na proporção de 3
vezes o peso do papel seco (3 mL) com água destilada em caixas tipo (gerbox) cobertas com
papel celofone para simular os diferentes tipos de luminosidades e colocada em um BOD
(Biochemiacal Oxigem Demand) a 30oC, com fotoperíodo de 12 horas. A cada 48 horas
foram realizadas a rega das sementes com água destilada. Os monitoramentos da germinação
foram feitas por 10 dias após sua instalação, onde se iniciou a contagem no 3o dia após a
semeadura. As sementes foram consideradas como germinadas as que possuíssem radículas e
folíolos. As variáveis analisadas foram porcentagem de germinação e índice de velocidade de
germinação (IVG). Os parâmetros serão analisados através da analise de variância (Teste F) e
medias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Nos resultados obtidos não
houve diferença estatística para porcentagem de germinação, sendo o tratamento 1 com a
maior média de porcentagem e o menor tratamento 2. No entanto, não houve diferença
estatística para IVG, sendo o tratamento 1 com maior IVG e o tratamento 4 com menor IVG.
Conclui-se que para os tratamentos utilizados em diferentes condições de luz não apresentaram diferenças significativas na germinação de aroeira-do-sertão (Myracrodruon
urundeuva).