O semiárido do Brasil tem um histórico de desafios e resistência aos fatores climáticos naturais no tocante à escassez de recursos hídricos, sobretudo água potável. Há cerca de seis anos, o ‘Programa Água Boa’ do Governo Federal instalou, em várias comunidades rurais, estações de tratamentos de água por osmose reversa a fim de obter água potável para as famílias por meio da dessalinização da água salobra de poços. Entretanto, no processo de dessalinização se gera, além da água potável, um rejeito altamente salino e de poder poluente elevado. Este trabalho tem como objetivo investigar a qualidade físico-química do rejeito dos dessalinizadores e quantificar a contaminação dos solos pelo despejo desse resíduo em áreas de comunidades rurais do Oeste Potiguar. Foram coletadas de amostras de solos onde o rejeito foi efetivamente despejado e, em mais dois locais a partir deste (0,80 e 1,60 m de distância da amostra inicial). Para avaliar o acúmulo de sais em profundidade, coletou-se amostras nas camadas de 0-0,20 e 0,20-0,40 m, bem como em locais sem a influência do rejeito (testemunhas), totalizando 8 amostras de solos em cada comunidade. Ainda, em cada uma, foram coletadas: uma amostra de água do poço (AP); de rejeito da dessalinização (AR) e de água dessalinizada. Pode-se concluir que, o rejeito salino tem restrições de uso para fins de irrigação quando manejado inadequadamente e, a sua deposição direta nos solos provoca à salinização das áreas das comunidades.