Este trabalho surgiu como proposta de encerramento da disciplina de Sociologia Brasileira do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE) no ano de 2017. O propósito dos estudos em questão era de discutir as análises de autores brasileiros acerca do que constituiu o brasil, Brasil. Para tanto, uma das obras discutidas foi Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, a qual nos instigou a realizar estudos mais aprofundados acerca de suas análises e conceitos sobre o nosso país. Na obra Raízes do Brasil, escrita em 1936, o autor busca compreender a cultura brasileira, sua estrutura social e política a partir das raízes históricas nacionais. Uma visão inovadora que introduziu os conceitos de patrimonialismo e burocracia, explicando os novos tempos. O trabalho tem como propósito resgatar teorias e conceitos expostos no decorrer do livro, de modo a elaborar uma análise compreensiva sobre a formação das identidades socioculturais e política brasileira. Nos interessa também identificar a possibilidade de relacionar tais discussões com a presente conjuntura política nacional. Para tanto foi feito uma revisão literária da obra, seguida de uma análise comparativa das discussões desenvolvidas no livro com casos ocorridos no cenário político brasileiro, casos esses que foram identificados nas matérias jornalística da revista Carta Capital entre os anos de 2013-2017. Reconhecemos que a obra foi-se construindo de forma a chegar ao conceito de ‘homem cordial’, conceito fundamental na compreensão do comportamento do homem brasileiro. Segundo o autor, esse homem emotivo e inclinado a orientar suas ações, predominantemente, por meio dos afetos e da pessoalidade, se configura como um dos aspectos principais de não termos uma democracia forte, baseada na racionalidade. Por fim, podemos perceber a riqueza conceitual da obra quando vemos a correlação dos anos de 1930 com o atual cenário de crise da democracia brasileira.