O artigo em pauta pretende analisar a inclusão de alunos com deficiência visual em uma em instituição
pública de ensino superior, localizada no município de Fortaleza, Ceará, Brasil. O aporte teórico
envolve os estudos de Silva (2008), Sonza (2004), Ochaíta e Espinosa (2004), Martin, Gaspar e
González (2003), Mazzoni (2003), Bruno e Mota (2001) e Carvalho (2001) têm mostrado a
importância do uso de recursos didáticos para alunos com baixa visão e cegos, que auxiliam na leitura,
na escrita e no acesso à informação transmitida em sala de aula. No ensino superior os trabalhos de
Siqueira e Santana (2010), Castanho e Freitas (2005) e Rodrigues (2004) têm mostrado algumas
práticas que auxiliam na eliminação de barreiras de comunicação e de informação, abordando as
práticas educacionais tanto no ingresso e na permanência na universidade, quanto no trabalho de
formação dos professores em serviço. Optamos por estudo de cunho etnográfico realizado em uma
Universidade pública. Foram realizadas entrevistas individuais com alunos cegos e com baixa visão de
vários cursos; observações no âmbito das disciplinas e levantamento de diversos documentos da IES.
Os resultados apontam que é preciso destacar que a amizade, o acolhimento, laços de cooperação são
essenciais, mas não é para transferir a responsabilidade do sistema para o aluno. Do ponto de vista da
concepção de inclusão, destacamos alguns pontos: inclusão seria existir um espaço físico. E que esse
espaço é interpessoal, em que chego e incluo a pessoa; inclusão no sentido da alteridade [...] a inclusão
não nos deve remeter diretamente às pessoas com necessidades especiais, mas a uma sociedade que
respeita legitimamente o outro; inclusão é atender a todos sem nenhum tipo de discriminação e outros.
Uma vez que o objeto da nossa pesquisa é a inclusão de alunos com deficiência visual, decidimos
tomar as histórias dos alunos que participaram da nossa pesquisa como um foco a orientar a nossa
análise do fenômeno da inclusão na UFC, a história dessa instituição, como outro foco.