o presente artigo se dispõe a analisar a proposta de reforma do ensino médio brasileiro iniciada com a MP 746, sancionada pela lei 13.415/2017, que alterou a LDB 9394/96. A reforma traz mudanças tanto na estrutura do currículo escolar, como na formação do docente do ensino médio, bem como alterações na carga horária apontando para o estabelecimento do ensino médio em tempo integral e profissionalizante. A reforma trouxe à discussão temas que se tornaram polêmicos e que dividiram opiniões: de um lado aqueles que se posicionaram a favor, alegando que a reforma traria maior liberdade aos estudantes na escolha de seus eixos de estudos, facilitando a inserção dos estudantes no mercado de trabalho e do outro lado, aqueles que se posicionam contra a reforma, defendendo que a reforma estaria servindo para confluir com os interesses das grandes empresas, que pretendem formar mão de obra barata para inserir no mercado, limitando a formação da classe trabalhadora, ou seja, não considerando o estudante trabalhador que trabalha durante o dia e estuda a noite. Outro fato de destaque, é que nem a reforma e nem outra medida foi tomada para tentar resgatar a escola os jovens que por algum motivo a abandonaram. A metodologia aplicada a este trabalho foi de abordagem qualitativa utilizando a pesquisa bibliográfica e documental. Concluída a análise da reforma podemos constatar que da forma como o ensino médio é proposto não é suficiente para resolver os problemas persistentes nesta etapa da educação básica, pois os problemas que conseguimos diagnosticar vão para além do currículo e da formação dos professores são relacionados à estrutura da sociedade na qual a educação está inserida, ou seja, um modelo dual, que prima pela divisão desigual da sociedade. Nesse sentido, observamos o grande interesse do estado brasileiro em transformar o ensino médio em ensino médio técnico.