O trabalho do assistente social, atualmente, caracteriza-se como uma profissão inscrita no terreno ético-político e ideológico e uma atuação de caráter educativo e pedagógico das classes, tendo seu significado sócio-histórico inscrito na dinâmica da vida social, com valores éticos que permeiam todo o seu fazer profissional, através de princípios e códigos deontológicos que norteiam a profissão e a direcionam a uma prática universal e emancipatória. A afirmação do trabalho ético-político da profissão, como uma diretriz, a partir das análises sobre a ética de Lukacs, permite refletir sobre a práxis profissional, a partir da compreensão da consciência ética da relação teoria x prática, em que o conhecimento da realidade é apreendido através da desmistificação do real, do movimento aparência / essência das coisas, em que tem-se a dimensão ética, como possibilidade da transcendência individual frente à espontaneidade da vida cotidiana, que não pode ser dissociada da prática profissional, possuindo como princípio a apreensão da universalidade e da liberdade dos indivíduos no intuito de promover, através da consciência, a emancipação. E, a partir daí, perceber em profundidade os fenômenos sociais que a permeiam, e tentar transformar a realidade em benefício dos indivíduos sociais e reafirmar os princípios que guiam seu estatuto, consolidando-os no cotidiano profissional. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir de pesquisa bibliográfica, o trabalho do assistente social na Política de Assistência Social, evidenciando-se as considerações da teoria social de Marx, e analisando a concepção ética do trabalho como elemento que visa à superação das tensões entre os indivíduos e a sociedade, na concepção de Lukacs, diferenciando-a de outros complexos sociais. E, mesmo diante das adversas condições de trabalho do assistente social na Política de Assistência Social e da conjuntura social observada nesses últimos anos, que, por muitas vezes, que tentam obscurecer e subsumir ao cotidiano do trabalho do assistente social, a postura ética de compreensão da sociedade e dos princípios de liberdade e igualdade precisam estar fundamentados no cerne do exercício da profissão, vislumbrando horizontes para além da simples aparência do real, buscando sua essência. Assim, com base nessas considerações, pretende-se assinalar as contribuições do trabalho profissional como importante norteador de projeções emancipatórias para a sociedade, afirmando seu papel ético-político da atuação, e fomentador de diretrizes que estão para além das demandas imediatistas que permeiam o cotidiano profissional servindo como alicerce para uma consciência crítica, amparado por fundamentos, que não podem ser dissociados de uma atitude e pensamentos éticos no seu cotidiano e vislumbrando escolhas com o intuito de atingir o bem comum, em suma a emancipação política e humana da sociedade.