O presente texto teve como objetivo traçar uma reflexão acerca do papel assumido pelos conhecimentos filosóficos no contexto das políticas neoliberais empreendidas no cenário educativo brasileiro. Para tanto, optamos pela abordagem materialista histórico-dialética, entendendo a necessidade de compreensão do objeto no cerne de sua constituição histórica, na concretude das relações sociais e das várias dimensões que perpassam sua configuração. Desenvolvemos Pesquisa Bibliográfica, pelo uso de revisão de literatura, tomando como aportes teóricos: Teixeira (1995), Anderson (1995), Mészáros (2011), Ghedin (2002), Severino (2002), dentre outros. Nossa discussão debruçou-se sobre o percurso histórico das formulações do liberalismo clássico e do neoliberalismo, refletindo sobre suas implicações no processo de configuração do cenário educativo brasileiro, bem como da estruturação do ensino de filosofia, suas possibilidades e limites de realização nessa organização econômico-societária. Diante da discussão desenvolvida foi possível perceber a complexidade que envolve pensar a Filosofia no cenário atual, principalmente quando se confronta sua configuração com o contexto de políticas neoliberais e ambiguamente totalitárias, que o cerne educativo brasileiro vivencia. Observa-se assim, um cenário educativo, que em si dificulta a realização de um ensino filosófico que permita ao jovem desenvolver uma percepção crítica e profunda sobre a filosofia, uma vez que as práticas educativas se veem cerceadas pelas limitações impostas a partir da intervenção capitalista e especificamente do viés neoliberal e pragmatista de utilização do conhecimento. É preciso, porém, perceber essa estruturação educacional como resultado de um processo histórico e social, marcado por forças contraditórias de luta e entraves que se processam no âmbito das ideias, das políticas e da materialidade. Todavia, em meio a esse contexto, existem possibilidades por mais ínfimas que sejam, de que o conhecimento filosófico e mais amplamente, a educação, possam contribuir para a realização de modificações na visão e na forma como a Filosofia é vista e trabalhada para com os jovens, possibilitando ao mesmos a construção de uma compreensão crítica da realidade social.