A Síndrome Congênita do Vírus Zika-SCVZ, descoberta pela primeira vez no Brasil em 2015, acometeu 3037 crianças, ocasionando nestas diversos comprometimentos. Conjecturamos que a inclusão escolar dessas crianças será um desafio para profissionais da educação em todo país. O objetivo do presente trabalho foi investigar o que e como imagina uma professora da Educação Infantil de uma escola pública, a respeito da docência de crianças com a SCVZ. Utilizamos como instrumento para investigação, uma entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados a partir da dinâmica dos processos imaginativos proposta por Valsiner (2014) e Tateo (2017). Os resultados obtidos com a participante da pesquisa apontaram que: de acordo com o que ela imagina os fatores que mais dificultam a inclusão de crianças com a referida síndrome, são: lacunas na formação inicial, ausência de formações continuadas e escassez de recursos didáticos. A docente imaginou ainda, que diante da possibilidade de lecionar para tais crianças, “ficaria perdida”, e “não saberia o que fazer”. Entretanto, ao longo da entrevista, criou vetores de ação, ou seja, pensou em possibilidades de atuação para com essas crianças, enfatizando o trabalho de estimulação sensorial. Imaginou ainda, que receber o apoio da família do discente e participar de formações continuadas acerca das especificidades da síndrome, poderiam balizar os desafios da docência à esse público. Com isso, a partir das reflexões feitas desse estudo de caso, admitimos que os processos imaginativos propiciam adaptação e gerenciamento de situações incertas e desafiadoras, tal como a inclusão escolar de crianças com múltiplas deficiências.