Este trabalho tem o objetivo de apresentar como funciona o processo de negociação de sentidos e de atencionalidade de uma criança com Síndrome de Down. Postulamos que, no lócus do engajamento conjunto, ocorrem percepções do parceiro como um ser de atencionalidade e de intencionalidade. Atenção conjunta, perspectivação, subjetividade, autoria, negociação de sentidos etc., são termos de destaque nesse viés. Isso promove a entrada da criança no universo da linguagem e a sua desenvoltura no processo dialógico. É nesse ambiente interativo onde o sujeito se constitui como tal e faz uso das mais variadas performances linguísticas. Já o jogo colaborativo da referenciação multimodal ocorre por meio de trocas lúdicas face a face entre qualquer sujeito no universo da linguagem. No caso deste trabalho, abordamos cenas interativas entre crianças com Down e terapeutas na Clínica de Fonoaudiologia da UFPB. Os dados dizem respeito a duas crianças (06 e 09 anos), arquivados em mídia, transcritos e com caráter de coleta longitudinal. Os resultados mostram que essas crianças se engajavam conjuntamente com adultos num jogo de atencionalidade e colaboração de sentidos nos atendimentos clínicos.