O ingresso na Universidade para estudantes surdos representa, além de uma conquista, um grande desafio, pelas particularidades da linguagem da Língua Brasileira de Sinais-Libras. Se propondo problematizar esses desafios, o presente trabalho tem como o objetivo analisar o processo de inclusão do estudante surdo na Universidade Federal do Acre (UFAC-Campus Floresta), contribuindo para entendimento sobre a inclusão dos surdos no Ensino Superior, com suas possibilidades e desafios. De abordagem qualitativa, utilizou-se da entrevista semiestruturada com seis alunos surdos e quatro professores que trabalham nas turmas com alunos surdos dos cursos de Pedagogia e de espanhol da Universidade Federal do Acre/Campus Floresta. Os dados foram analisados com base com aporte teórico de Skliar (1997), Sanchez (1990), Perlin e Quadros (2007), entre outros autores que pautam uma discussão sobre a temática em foco. Os resultados evidenciam a necessidade da implementação de escola bilíngue de surdos, que assegure as condições necessárias ao seu desenvolvimento do estudante universitário com surdez, tais como: a língua de sinais como principal meio de comunicação e ensino; a capacitação dos professores nessa língua e na cultura surda; a proposição de um currículo que contemple as especificidades do aluno e sua cultura, o estudo das línguas utilizando-se o método contrastivo entre os sistemas linguísticos (Libras-Português). Constata-se a necessidade de repensar a inclusão de surdos numa educação bilíngue que respeite sua cultura, identidade e diferença.