O ensino de Geociências é uma tarefa bastante desafiadora até mesmo para os docentes mais experientes, visto que os processos formadores das rochas e suas estruturas são bastante dinâmicos, e ocorrem em grande parte em subsuperfície. Para facilitar o entendimento dos alunos, vários recursos tem sido utilizados pelos docentes, tais como modelos e maquetes didáticas reproduzindo imagens de livros de geologia (ARAUJO et al., 2014) e mais recentemente, recursos digitais (FISCARELLI, 2006). Na geologia estrutural, o ensino é comumente realizado a partir de utilização de imagens de estruturas e modelos esquemáticos em sala de aula (ZERFASS; JUNIOR, 2011), e a partir de maquetes de isopor (SKOROBOKATEI, 2017). Para a realização de uma análise estrutural correta, o estudante necessita não só identificar o tipo de deformação, como também, identificar os esforços responsáveis pela geração da deformação (FOSSEN, 2010). Entretanto, a grande dificuldade dos alunos tem sido justamente relacionada ao fato de que o objeto de estudo são rochas já previamente deformadas. Apesar da dificuldade apresentada por alunos de nível técnico e superior no entendimento da formação de rochas deformadas ser constante no meio acadêmico, a utilização de equipamentos de simulação de estruturas como recurso didático não tem sido muito aplicado, não havendo referências voltadas especificamente para esse tópico. Deste modo, o presente trabalho visa propor a utilização de mini caixas de areia como artifício didático para facilitar a visualização da formação e evolução da deformação de rochas e sedimentos. Este trabalho foi realizado a partir de mini caixas de areia artesanais feitas de materiais reciclados, com uma face de vidro, onde o aluno pode visualizar e marcar as estruturas identificadas. O funcionamento é manual, onde o próprio aluno aplica o esforço responsável pela deformação das camadas. A partir da aplicação de mini caixas de areia foi possível observar a formação e evolução de diversos tipos de estruturas, variando de acordo com a reologia dos materiais utilizados e com fatores diversos como a compactação e umidade do material. Adicionalmente, como o esforço principal foi realizado pelo próprio aluno, a identificação das direções dos principais esforços atuantes na caixa tornou-se algo muito simples para o entendimento do mesmo. Dessa forma, a aplicação de mini caixas de areia como recurso didático para a disciplina de geologia estrutural é bastante útil e prática, visto que a mesma é simples, rápida e barata de ser confeccionada.