Baden-Powell estava preocupado com o declínio dos padrões morais que acometia a sociedade inglesa, no início do século XX, e que afetava principalmente os jovens que se entregavam ao vício do cigarro e da bebida. Para ele, o fortalecimento do caráter da juventude inglesa passava necessariamente pelo desenvolvimento de várias qualidades, tais como: coragem individual, inteligência, iniciativa, espírito de aventura e patriotismo; que não eram citadas nos manuais escolares. Assim, para remediar os defeitos de caráter e regenerar os futuros cidadãos, sobretudo, no tocante ao caráter e a saúde, ele idealizou o escotismo, um movimento infanto-juvenil, que associava educação ao ar livre e se fundamentava na autoeducação, no desenvolvimento moral, intelectual e físico. Para erigir a sua “fábrica de caráter”, como costumava denominar o escotismo, Baden- Powell se baseou na psicologia do desenvolvimento, formulada por Stanley Hall. Assim organizou seu movimento em ramos para adequá-lo a diferentes faixas etárias. O presente trabalho tem por objetivo problematizar as aproximações entre o escotismo e a psicologia do desenvolvimento de Stanley Hall. O estudo que se constrói a partir da análise da bibliografia que versa sobre o escotismo e a psicologia de Stanley Hall, constatou que o projeto de Baden-Powell foi fortemente influenciado pela psicologia do desenvolvimento de Stanley Hall, responsável pela fundamentação da formação do caráter. Através da manipulação e controle dos instintos juvenis, Baden-Powell intencionou “fabricar” uma juventude com senso de responsabilidade e dever para com a nação.
Palavras-chave: Baden-Powell, Escotismo, Stanley Hall.