Pensar e trabalhar gênero, educação e formação em saúde mexe com uma estrutura solidificada numa matriz heterossexista e outra biologicista causando assim um desconforto pois ameaça as estabilidades e as certezas estabelecidas. Esse ensaio procura refletir sobre a produção de conhecimento à respeito de gênero na formação dos cursos de saúde do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Campina Grande, a fim de ampliar a discussão por meio das nossas experiências. Repensar nossas praticas pautadas fortemente pelo biologicismo é fundamental. Novos olhares dissidentes sobre gênero têm ganhado espaço e visibilidade nos contextos universitários e as nossas práticas vêm sendo questionadas. Por isso apostamos em uma perspectiva que procure se desviar das ‘regras’ já ditadas. Para nós, a forma como os profissionais de saúde lidam com essas demandas sofre impacto direto das falhas na formação em saúde e gênero, cooperando para reprodução de diversas concepções estereotipadas, comprometendo assim a efetivação de diversos princípios doutrinários do SUS, dentre eles, igualdade, equidade e universalidade. Desejamos uma universidade que interrogue sobre a importâncias desses estudos para o contexto educacional e de saúde visando desconstruir assim estereótipos formulados previamente nos espaços sociais impedindo assim a perpetuação errônea de muitas concepções.