O objetivo deste estudo é relatar as experiências vividas no cotidiano acadêmico de estudantes de enfermagem, sobretudo do sexo masculino, em meio ao Projeto de Extensão Universitária intitulado “Saúde da mulher na prisão: uma proposta de promoção da saúde” que promove a educação em saúde, além de assistência às mulheres privadas de liberdade da Cadeia Pública Feminina de Petrolina/PE. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar, com docentes e discentes de curso medicina, psicologia e enfermagem. Durante todas as atividades realizadas na cadeia pública feminina, busca-se a interdisciplinaridade e a rotatividade entre acadêmicos, para que o conhecimento seja adquirido de forma igualitária a todos nas oficinas educativas ou nas práticas assistências da enfermagem, porém durante a realização das intervenções da enfermagem, como o exame citológico (Papanicolau) e a inspeção de manchas de hanseníase observou-se que as mulheres negavam a presença dos discentes do sexo masculino, dificultando o aprendizado individual por parte destes e a uniformização do saber entre o grupo de alunos, outra contestação foi vista em rotular os estudantes de enfermagem como “doutores”, enquanto as mulheres eram sempre vistas como enfermeiras, independente da graduação a qual estas cursavam. Mostrando assim, que há um estigma e senso comum à cerca da identidade de gênero em meio ao cotidiano da enfermagem.