O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade leishmanicida de plantas encontradas no estado do Ceará onde são utilizadas na medicina popular no tratamento da Leishmaniose Visceral. A Leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose característica regiões tropicais e subtropicais do mundo causado por um protozoário Leishmania infatum chagasi. Acomete além do homem, canídeos, felídeos, roedores e marsupiais, sendo transmitida pelo flebótomo Lutzomia longipalpis. A observação das propriedades terapêuticas de vegetais tem levado à pesquisa dos princípios ativos de várias espécies vegetais. Metabólitos secundários tais como alcalóides, terpenóides, flavonóides, considerados no passado como inativos são hoje ferramentas importantes no tratamento e investigação clínica. As plantas estudadas foram a Annona squomosa (popularmente conhecida como pinha, ata ou fruta do conde), Annona muricata (popularmente conhecida como graviola) e Anacardium occidentale (popularmente conhecida como caju). Os testes foram realizados in vitro utilizando cepa de Leishmania chagasi e para os ensaios foram utilizadas as formas extra-celulares chamadas de promastigotas. Utilizando-se o método colorimétrico MTT para avaliação da efetividade do fitoterápico em estudo contra promastigotas onde indica o índice de células sobreviventes devido a produção de cristais de formazan pela mitocôndria. O extrato mais efetivo contra promastigotas de Leishmania chagasi, foi o rico em acetogeninas das folhas de A. squamosa com CE50 de 26,43 µg/ml, seguindo da fração de acetogeninas obtida das sementes de A. muricata com CE50 54,93 µg/ml e do extrato rico em alcalóides das folhas de A. squamosa com CE5073,31 µg/ml. O extrato rico em flavonóides da A. accidentale não mostrou efeito significativo.