Resumo: O crack apresenta-se como uma nova forma de uso da cocaína, com padrão de uso cada vez mais intenso e compulsivo, levando o usuário a recorrentes recaídas para o uso da substância, pós-tratamento hospitalar e/ou ambulatorial. O estudo tem como objetivo conhecer os fatores que contribuem para a recaída dos usuários de Crack. Adotou-se a metodologia qualitativa e amostra intencional por saturação, com amostra de doze usuários de crack, em tratamento no CAPS ad III no município de João Pessoa/PB. Foram utilizados os seguintes instrumentos: entrevista semiestruturada individual, sendo os dados explorados através da análise de conteúdo de Bardin e Escala de Recaída para Usuários de Crack – ERUC/2013. Os achados evidenciam uma maior expressão para fatores de risco que contribuem para a recaída em relação ao uso de crack, foram respectivamente: fissura para o uso da substância; expectativas positivas como euforia, prazer, autoconfiança; falta de um projeto de vida com hábitos saudáveis e do cultivo da espiritualidade, falta de habilidade para enfrentar as situações de risco, sentimentos de tristeza, solidão, ansiedade, desesperança, e conflitos afetivos. A identificação dos fatores que contribuem para a recaída do usuário de crack deve ser valorizada na elaboração dos projetos terapêuticos, privilegiando as questões individuais, familiares e sociais. Os achados sugerem uma abordagem multiprofissional e voltado para aprimoramento dos processos de prevenção à recaída, para que os usuários de crack consigam reduzir os riscos para o retorno do uso da substância em sua trajetória de tratamento.
Palavras-chave:usuário de crack; recaída; tratamento ambulatorial.