O objetivo geral deste trabalho foi verificar, na comunidade de loiceiras de Chã da Pia, na zona rural semiárido da Paraíba e ao longo do atual período de estiagem, a percepção dos usuários sobre eventuais impactos e riscos de usos exploratórios do solo, que afeta a sustentabilidade do ambiente onde a comunidade vive e obtém seu sustento. A pesquisa se desenvolveu em quatro etapas: pesquisa bibliográfica e documental; aproximação aos artesãos e ao ambiente, que permitiu dentre outras questões a seleção da amostra; aplicação de questionário semiestruturado; visitas às residências e conversas sobre o processo de produção das peças. Foram entrevistados 10 artesãos, nove mulheres e um homem. A idade média foi de 55 anos, as famílias estão constituídas por dois a cinco membros. Todos os entrevistados são ceramistas e praticam a agricultura familiar. Como resultado obteve-se as ações sobre o solo e a vegetação modifica a paisagem e altera a biodiversidade da região. Quando questionadas sobre o uso desse recurso, alguns declararam que não ocasionar nenhum dano ao meio ambiente, ou simplesmente “desconversaram”. Pode-se considerar que não percebem as alterações causadas sobre o solo já que a retirada é em pequena escala e os danos produzidos não são percebidos no momento pelos artesãos, essa ação não são vistas como predatória, mas sim como uma garantia de uma renda mensal, principalmente para as mulheres que conseguem certa dependência financeira com atividade de cerâmica. Essas práticas formam parte do dia-a-dia das famílias de ceramistas, entretanto pode-se fazer uso sustentável e não predatório dos recursos naturais. Para amenizar essa ação é preciso práticas de políticas publicas que poderiam ser implantadas na comunidade para a preservação cultural de suas técnicas artesanais que garantisse a preservação do solo.