O trabalho ora aqui apresentado surgiu como possibilidade de desdobramento de tese em andamento no âmbito do doutorado de Geografia da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, no ano de 2017, suscitada a partir dos levantamentos estatísticos iniciais sobre assentamentos rurais no semiárido. Esta pesquisa, objetiva trazer para analise a conjuntura da alta evasão de assentados no Projeto de Assentamento José Antônio Eufrouzino – PB, que está localizado em área de Semiárido. Objetiva-se averiguar as correlações dadas entre o fenômeno de ‘expulsão de assentados’ decorrente de sucessivas políticas voltadas para um modelo de desenvolvimento rural pautado nos grandes empreendimentos, no cerne de uma crescente contrarreforma agrária, tendo como protagonista o Estado e sua parcialidade nas tomadas de decisões. Neste contexto de evasão forçada de assentados rurais, trazemos como condutor do debate a questão da água como instrumento apriorístico do estabelecimento e manutenção do camponês assentado, com o olhar voltado para área do Semiárido paraibano. Pretende-se, portanto, como objetivo principal, examinar os altos números da evasão de assentados do Projeto de Assentamento José Antônio Eufrouzino, em correlação com a atual e impactante crise hídrica no Semiárido paraibano. Especificamente, tomando como palco de investigação o PA José Antônio Eufrouzino, intenta-se averiguar os diferentes modos de convivência e/ou resistência dos assentados camponeses perante a crise hídrica; conferir a existência de políticas de convivência/desenvolvimento com o Semiárido sendo empregadas no assentamento; fomentar o debate acerca das políticas de contrarreforma agrária e como elas impactam diretamente o assentamento. Os primeiros dados tem confirmado que o descaso na promoção de políticas tanto de desenvolvimento quanto de convivência com o Semiárido, incluindo medidas que proporcionem segurança hídrica, está diretamente ligado a permanência do assentado no José Antônio Eufrouzino.