A baixa disponibilidade de água no Semiárido brasileiro tem sido um dos principais obstáculos à permanência das famílias no meio rural. O século XX testemunhou um intenso êxodo das populações rurais nordestinas bem como estratégias frustradas de ações de “combate à seca”. No entanto, pesquisas apontam que é possível solucionar o problema hídrico, e para isso, a água de chuva deve ser considerada tão ou mais importante que as outras fontes de água disponíveis.
Assim surgem os projetos de construção de Cisternas, que atendem às populações rurais e visam o aproveitamento da água das esparsas e periódicas chuvas que caem no semiárido. Essa miríade de projetos surgem com vários objetivos distintos, como a captação de água para consumo humano (primeira água) ou para consumo animal e para a produção agrícola (segunda água), mas com um fundamento comum: prover água para o homem do campo.
Neste sentido, o presente trabalho tem o objetivo de analisar a importância das Cisternas de placas como como tecnologia de convivência com o semiárido, atentando-se ao caso específico do Sistema Agroflorestal dos agricultores Vilmar e Silvanete Lermen, na Serra dos Paus-Dóias, em Exu, no alto Sertão pernambucano. Eles fazem parte da AGRODOIA - Associação dos Agricultores/as Familiares da Serra dos Paus-Dóias (no qual, a própria Silvanete é presidente), vencedores do prêmio Georg Marcgrave de biodiverdidade e desenvolvimento socioambiental 2016-2017.