Uma das maiores crises hídricas tem assolado o semiárido nordestino nos últimos 5 anos. Várias cidades do interior da região nordeste já se encontram ou estão na iminência de um colapso por falta de água. É o caso do município de Sousa, localizado no sertão da Paraíba, o qual é abastecido pelas águas do Rio Piranhas represadas no Açude de São Gonçalo. Entretanto, a água desse açude por si só não é suficiente para suprir a necessidade tanto da população sousense quanto da região e, por esse motivo, foram perfurados diversos poços artesianos em pontos estratégicos na zona urbana do município. O que acontece é que a água obtida nesses poços aparentemente não está de acordo com os padrões de potabilidade impostos pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, padrões esses que são necessários para garantir a saúde e bem-estar da população. Uma das possíveis alternativas para melhorar a qualidade da água é o processo de adsorção através da utilização de biomassas de frutas presentes com abundância na região do município. Neste sentido, este trabalho consiste na elaboração e utilização de um filtro formado por um suporte de tubo de PVC, no qual em seu interior estão dispostos materiais filtrantes como areia, brita e fibra do caroço do cajá (Spondias mombin), fruta abundante na região do semiárido nordestino. A biomassa foi ativada quimicamente e, em seguida, avaliou-se sua capacidade de filtração, no que se refere a alguns parâmetros físico-químicos de qualidade de água. Para isso, foi realizada a coleta de água em poços artesianos na zona urbana do município de Sousa-PB, a qual foi submetida ao processo de adsorção. Verificou-se que o resíduo do cajá apresenta um bom potencial de adsorção, tendo em vista que sua utilização reduziu os teores de cloretos, alcalinidade total, dureza total, além de reduzir também a condutividade elétrica de uma água com elevada concentração de sais.