A instabilidade climática é uma das principais características do semiárido brasileiro, como também a reduzida capacidade de retenção de água na maioria dos solos. A baixa disponibilidade hídrica nas regiões semiáridas, principalmente pelos anos de estiagem prolongada, algumas tecnologias são utilizadas para captação e armazenamento de água. Entretanto estas alternativas não são suficiente para garantir a reserva hídrica por longos períodos, fazendo-se necessário a intervenção de políticas públicas para abastecer a população. Diante do contexto, o presente estudo objetivou analisar a atuação da Operação Carro Pipa em municípios do semiárido paraibano. Metodologia: O presente trabalho utilizou dados de fontes secundárias de órgãos governamentais: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE; Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba –AESA e documentos técnicos do exército (31º BIMTZ) subsidiaram a pesquisa de caráter bibliográfico e qualitativo. Resultados e discussão: De acordo com os resultados observados a Operação Pipa surge como uma alternativa paliativa para amenizar a escassez hídrica, o programa atende 26 municípios do semiárido Paraibano situados em regiões afetadas pela estiagem. A água que abastece os tanques dos caminhões pipa tem origem dos reservatórios (Cachoeira dos Cegos, Saulo Maia, Camalaú, Araçagi). Os reservatórios Cachoeira dos Cegos com apenas (21,1%) e Camalaú (13%) da capacidade total de armazenamento d’água, encontram-se em situação hídrica crítica. É notório que as políticas adotadas visando o abastecimento em regiões semiáridas necessitam de gestão de infraestrutura, fazendo - se necessário conhecer o potencial de armazenamento de cada reservatório tornando sustentável a oferta e a demanda hídrica. O volume reduzido dos reservatórios comprometem a qualidade da água, o procedimento utilizado para tratamento da água é a Cloração feita no próprio tanque do caminhão pipa. De acordo com as informações obtidas no Exército (31º BIMTZ), a dosagem das pastilhas de cloro adicionado na água, é estabelecida conforme os resultados obtidos a partir da análises periódicas da qualidade da água dos reservatórios. Conclusões: O Programa Emergencial de Distribuição de Água Potável surge como medida paliativa para mitigar a escassez e má distribuição de água em municípios do semiárido Paraibano. No entanto faz-se necessário o surgimento de ações de gestão estruturantes respeitando as especificidades de cada localidade visando garantir segurança hídrica para as famílias das regiões semiáridas. A Operação Pipa não é garantia de água em quantidade suficiente para atender a todos, tendo em vista que até mesmo os reservatórios encontram com déficits hídricos.