O presente trabalho tem como objetivo principal discutir uma educação para o desenvolvimento da sensibilidade a partir das crônicas de Cecília Meireles. O material empírico é a coletânea intitulada “Crônicas de Educação”, composta por 5 volumes, onde são apresentadas alguns textos de Cecília Meireles, quando ela escrevia nos Jornais “Diário de Notícias” e “A manhã”. A presente pesquisa aqui apresentada possui um caráter bibliográfico e uma abordagem metodológica hermenêutica de interpretação/compreensão. Cecília Meireles tinha como proposta educacional o desenvolvimento humano com um propósito bem definido de re-humanização do ser humano para uma construção de uma nova vida social, sobretudo, sensível, afetiva e livre. Para a poeta, a educação deveria ter como objetivo o despertar para o mundo, sentindo-o, contemplando-o. Segundo a autora, há na ação de despertar, uma beleza criadora, luminosa e forte, que levaria o ser humano a construir um sentido para a vida. A pesquisa possibilitará pensarmos uma educação que busque desenvolver o ser humano em sua plenitude, não abrindo mão do sensível, do poético, do estético, uma educação que vá além do modelo de educação centrado no Paradigma da Simplificação (MORIN, 1998), que tende a fragmentar o ser humano, construindo dicotomias e polaridades incomunicáveis: corpo versus mente; razão versus emoção; natureza versus cultura etc. Oportunizará questionarmos o modelo de educação atual, denominado de neotecnicista, que em linhas gerais, busca apenas desenvolver competências e habilidades exigidas pelo mercado de trabalho, limitando enormemente as potencialidades humanas, reforçando a crise dos sentidos, que representa uma insensibilidade frente ao mundo: uma anestesia.