A atenção primária em saúde no Brasil, desde a década de 1990, vem sendo pautada sob a égide da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que ainda é considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, por onde é adequada as políticas públicas de promoção da sáude, incluindo a atenção ao envelhecimento saudável. O Ministério da Saúde prioriza a Saúde da Família como a principal estratégia para a reorganização da Atenção Básica, buscando a integração e a organização das atividades em um território definido, com o propósito de favorecer o enfrentamento dos problemas identificados. O objetivo desse estudo foi refletir sobre o significado do cuidar da pessoa idosa por profissionais da Estratégia Saúde da Família. Tratou-se de um estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa. Todos os critérios éticos foram levados em consideração de acordo com o que é preconizado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e o projeto vem sendo desenvolvido desde o ano de 2010, sob aprovação do Comitê de Ética da UEPB. O instrumento para coleta de dados referiu-se a um questionário com perguntas semiestruturadas com questões relacionadas ao tempo de trabalho na ESF; sua percepção sobre o que é a saúde do idoso e como esses profissionais vem compreendendo o termo “cuidar da pessoa idosa”. O questionário foi aplicado de acordo com a deliberação voluntária dos participantes. Os dados foram criteriosamente selecionados e categorizados seguindo a análise do conteúdo. Participaram 28 profissionais, dentre as áreas da medicina, odontologia, enfermagem e assistentes sociais. Em relação ao tempo de trabalho, este variou de 3 a 15 anos de atuação junto às equipes da ESF. De acordo com a percepção dos profissionais em relação à saúde do idoso, foram elencadas duas categorias de respostas: Categoria I – O cuidar da pessoa idosa induz o cuidar do corpo doente; e Categoria II – O cuidar da pessoa idosa induz o cuidar do corpo que envelhece . Conclui-se que os profissionais de saúde da família, entendem que o processo de envelhecer envolve o uso racional de abordar o individuo dentre as suas necessidades de saúde no âmbito geral, porém foi possível perceber também que ainda há o entendimento antigo e estereotipado de que envelhecer carreia o adoecimento, considerando que a categorização temática das entrevistas analisou muitas falas que mencionava que a velhice é carreada de doenças. Por outro lado, a metade dos entrevistados compreendem que o envelhecimento do corpo, carece de avaliação contínua, que há heterogeneidade no processo de envelhecer e que a funcionalidade é essencial perante ou não a presença de doenças. Conclui-se também que há uma necessidade mais ampla de formação de profissionais de saúde voltados para o cuidado a pessoa idosa no Brasil, com ênfase na literatura gerontológica e das políticas públicas. Urge a necessidade de incremento dente políticas públicas mais eficazes e de gestão em saúde para eficácia do cuidado em saúde a esse grupo populacional.