O envelhecimento consiste num processo complexo, heterogêneo e multidimensional, o que significa que o envelhecer é influenciado por aspectos diversos, como cronológicos, biológicos, culturais e psicológicos, sendo, portanto, vivenciado de diferentes formas – positivas ou negativas. Deve-se ressaltar que, atualmente, a supervalorização do capitalismo contribui com a construção de significados e sentidos negativos acerca da aposentadoria, o que proporciona a busca do sujeito pela permanência no mercado de trabalho. Diante desse contexto, surgem os programas de preparação para aposentadoria. Assim, o presente texto consiste num relato de experiências vivenciadas no Programa de Preparação para Aposentadoria – Novos Fazeres, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, campus Mossoró/RN, realizado no ano de 2016. O programa apresenta como objetivo promover espaços de discussão acerca da aposentadoria junto aos servidores da instituição que estão na iminência de se aposentar ou que recebem o abono de permanência. Foram realizados um total de onze encontros, sendo abordadas temáticas sobre autoconhecimento, aspectos relacionais na aposentadoria, saúde e bem-estar do aposentado, gestão financeira e projeto de vida no pós-carreira, temáticas estas de suma relevância para a vida do servidor aposentado. Foram utilizadas diferentes metodologias para a discussão das temáticas, como filmes, músicas, dinâmicas de grupo, exposição dialogada, dentre outros. Verificou-se que os encontros possibilitaram um espaço de diálogo, de construção de saber sobre os aspectos biológicos, sociais, financeiros, culturais, psicológicos, econômicos, dentre outros, relacionados à aposentaria, os quais contribuem com o desenvolvimento de novos hábitos, portanto, facilitando a elaboração de novos projetos de vida para o pós-carreira, como também contribuíram com o rompimento de estereótipos acerca do processo do envelhecimento e do aposentar.