O envelhecimento cada vez maior da população brasileira gera novas possibilidades políticas, considerando-se insatisfatórias as instituições asilares. Como alternativa a isto, surgem os condomínios de idosos, repletos de normas, destinados àqueles com baixa renda, constituindo-se em um reflexo sintomático da própria lógica, entre muros, da construção brasileira. Surge, também, a assistência à saúde como saída emergencial, a fim de reinventar um atendimento à população idosa para além da patologia. Neste cenário delineado pela racionalização de gerir vidas, esta pesquisa objetiva entender como o Sistema Único de Saúde e a política do Estado da Paraíba incentivam a lógica racional no Condomínio Cidade Madura – Campina Grande. O presente estudo consiste em uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, realizado por meio de observação, análise do regimento do condomínio e entrevistas com moradores do local, profissional da Unidade Básica de Saúde (UBS) do território e profissional da Secretaria do Estado da Paraíba. Desta forma, constatou-se que a racionalização, através do regimento, normatiza e restringe os modos de ser dos idosos; verificou-se a existência de vários conflitos entre os moradores do local e a saúde considerada apenas como sinônimo da ausência de doença. Logo, todas essas ações racionalizam o modo de ser dos sujeitos, tirando-lhes a autonomia e promovendo mais conflitos no condomínio. Portanto, a racionalização da vida mostra-se limitada, tornando-se necessárias novas formas de pensar os idosos politicamente.