Nas últimas décadas, o envelhecimento da população mundial tem sido objeto de atenção de muitos estudiosos, o que não é diferente no Brasil. Os velhos em 2010 representavam cerca de 11% da população, o que, por si só, já justifica a realização de investigações sobre como as pessoas estão envelhecendo no país e seus possíveis impactos. Este trabalho tem como principal objetivo discutir as implicações do trabalho/desemprego na vida de famílias que estão convivendo com a violência contra velhos na sua rotina atual. Para tal, será feito um estudo de caso a partir de uma das narrativas obtidas para uma pesquisa de doutorado, na qual a temática do não trabalho ficou em evidência na relação com a violência. Durante cada nova fase da narrativa de Roberta, parece que a narradora vai desvelando novas camadas da trama que envolve as relações familiares naquele momento.Aspectos como drogadição, deficiência, recasamento, morte de familiar e fragilidade do serviços oferecidos pela rede vão se avolumando. Fica evidente que, em famílias com relações já fragilizadas, o não trabalho passa a ser uma condição altamente propicia para a ocorrência da violência contra os velhos, o que coloca em caráter de urgência a proposição de ações efetivas para que sejam amenizados os impactos do desemprego e/ou, o retorno ao mercado de trabalho.