Nos últimos anos tem sido possível observar um aumento na longevidade das populações, causado, em grande parte, pela diminuição mortalidade nas últimas décadas. Com a progressão da idade cronológica, podem surgir inúmeras causas de fragilidade ou risco para os indivíduos idosos, dentre as quais podemos destacar a presença Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que são doenças multifatoriais que se desenvolvem no decorrer da vida, sendo consideradas, atualmente, um grande problema de saúde pública. As principais causas dessas doenças incluem fatores de risco modificáveis, como tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, sedentarismo e alimentação inadequada. Assim, uma alimentação rica em vitaminas, minerais e compostos bioativos, obtida através da inclusão de frutas, verduras e chás na rotina diária, pode representar o primeiro passo rumo a diminuição do número de casos de DCNT. O café e os chás estão entre as bebidas mais consumidas pela população mundial. Em comum, todas estas preparações possuem moléculas bioativas, com características antioxidantes, antiinflamatórias, anticarcinogênicas, protegendo o organismo contra a oxidação do LDL, atuando no combate a alergias, inflamações, úlceras, tumores, hepatotoxinas e inibição da agregação plaquetária, reduzindo o risco de cardiopatias. Assim, o objetivo deste trabalho foi a análise in vitro da inibição da agregação plaquetária em células mononuleares do sangue periférico tratadas com café, chá verde, chá preto, erva-mate e guaraná. Os extratos foram produzidos em condições semelhantes aquelas em que os seres humanos geralmente consomem essas bebidas, na relação de um grama de amostra para 10 mL de água. Todas as amostras foram colocadas em contato com água a 90±1ºC por 10 minutos ao abrigo da luz com agitação suave em tempo zero, cinco e dez minutos e tampadas. Após os dez minutos as amostras foram filtradas e liofilizadas. Para realização dos testes, as amostras liofilizadas foram ressuspendidas em tampão fosfato pH 7,4, nas concentrações finais de 10µg/mL, 5 µg/mL e 1 µg/mL. A análise in vitro da atividade anti-plaquetária seguiu a técnica descrita por AFIFI e colaboradores (2004) e o procedimento de avaliação da agregação foi realizado em espectrofotômetro segundo técnica adaptada por MORAN (2006). O extrato mais efetivo na inibição da agregação plaquetária foi o de guaraná na concentração de 10µg/mL, seguido pelos extratos de café, chá preto, chá verde e erva-mate na concentração de 10µg/mL e café, chá preto e erva-mate na concentração de 5µg/mL. Com base nestes dados, é possível concluir que as bebidas cafeinadas testadas se mostraram efetivas na inibição da agregação plaquetária, podendo atuar de forma benéfica na saúde da população.