Introdução: O envelhecimento da população brasileira vem ocorrendo de uma forma rápida, e as projeções para as próximas décadas indica que serão 64 milhões de pessoas acima de 60 anos até 2050, representando cerca de 30% da população. Com o envelhecimento o idoso pode apresentar perdas funcionais originadas do próprio processo de envelhecimento (senescência), e/ou do acometimento de enfermidades, por exemplo, doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Dentre as DCNT está à doença de Parkinson que é considerada um dos distúrbios neurodegenerativos de maior incidência em pessoas idosas, depois da doença de Alzheimer, afetando 0,3% da população. Considerando-se a diversidade e a complexidade do idoso, a atuação de uma equipe interdisciplinar torna-se fundamental, na medida em que participa, analisa e integra conhecimentos específicos de diversas áreas com o objetivo comum de promover e manter a saúde. A assistência à terceira idade é uma área de contato de muitas especialidades; a troca de conhecimentos facilita a atuação de cada elemento do grupo dentro do conceito de “descentralização integrada” . Desta forma, o objetivo deste trabalho é relatar a importância da experiência interdisciplinar e multiprofissional no cuidado ao idoso com doença de Parkinson na formação dos profissionais de saúde tendo como vivência o Programa de Extensão Pró-Parkinson da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE vinculado ao Hospital das Clínicas de Pernambuco HC/PE. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com uma abordagem qualitativa do tipo relato de experiência. O presente relato foi desenvolvido a partir das práticas clínicas vivenciadas no Programa de Extensão Pró-Parkinson da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE/Recife. Para o desenvolvimento do estudo foram observados em um grupo de idosos, com o diagnóstico de Parkinson, a interação multidisciplinar e interdisciplinar no cuidado desses pacientes e a importância na formação discente. Resultados e discussão: A equipe é composta por diferentes áreas de conhecimento: Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Odontologia, e Psicologia, que semanalmente, sempre as quartas-feiras, se revezam em realizar palestras educativas utilizando-se do Manual de Orientações Para Pessoas com Doença de Parkinson, que foi confeccionado pelos coordenadores de cada área da equipe. Esses pacientes são atendidos pelo neurologista e são convidados para agendarem atendimentos para as outras especialidades. O Programa promove pesquisas científicas, pois está, também, vinculado ao grupo de pesquisa: Neurociências e Neurofisiologia Clínica da UFPE. Entre julho de 2016 à julho de 2017 os acadêmicos de odontologia realizaram 300 atendimentos, em medicina 1000, fisioterapia 140, terapia ocupacional 60, fonoaudiologia 60 atendimentos (em grupo) e psicologia 100 atendimentos (em grupo). Desse modo, o Programa vem desempenhando importante papel no fortalecimento da interação dialógica, na interdisciplinaridade e interprofissionalidade, na indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, no impacto na transformação do estudante e na transformação social. Conclusão: A contribuição da interdisciplinaridade promovida pelo Programa de Extensão Pró-Parkinson, é importante, à medida que derruba barreiras e une profissionais, contribuindo no desenvolvimento de habilidades técnicas, que perpassam e se integram na multiprofissionalidade provocando reflexões entre as pessoas que nela atuam, de modo a buscar alternativas para se conhecer mais e melhor o idoso.