Introdução: A pneumonia é uma infecção comum do trato respiratório inferior que tem a gripe como sua principal causa. Ela é a responsável por elevadas taxas de morbimortalidade de idosos no Brasil. A prevenção, o controle e o tratamento são baseados em agentes antivirais, medicamentos sintomáticos e imunização, sendo a última, atualmente, o meio mais efetivo. O Brasil adotou a Campanha Nacional de Imunização contra Influenza como estratégia de redução das taxas de morbimortalidade por pneumonia e outras doenças respiratórias desde 1999, quando esta foi disponibilizada para idosos com 65 anos e mais e outros grupos de risco. Vários estudos demonstraram os impactos da vacina sobre as taxas de hospitalização e óbitos por pneumonia em idosos, evidenciando assim sua efetividade. Objetivo: Avaliar o impacto da campanha nacional de imunização contra a influenza na morbimortalidade por pneumonia em idosos na região Nordeste. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, realizado com base em dados sobre morbimortalidade e cobertura vacinal na região Nordeste, consolidados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de 1999 a 2014. Foram calculadas frequência de internação, taxas de mortalidade e letalidade. Resultados e Discussão: Nos cinco primeiros anos (1999-2003) da Campanha Nacional de Imunização contra Influenza, nenhum dos estados da região Nordeste alcançou a meta de cobertura vacinal de 70%, proposta pelo Ministério da Saúde (MS). Nos anos subsequentes, a cobertura vacinal oscilou, para mais e para menos, nos estados nordestinos, sendo que a Bahia e o Rio Grande do Norte foram os estados com maiores oscilações. Os idosos na faixa etária de 60 a 64 anos foram os mais atingidos pela campanha. No período, 7,1% das internações de idosos foram em decorrência de pneumonia, sendo a Bahia o estado com maior número de hospitalizações. A frequência de internações variou de 5,3% a 7,5%, havendo uma correspondência entre os períodos de queda e aumento na frequência de internações e as oscilações, para menos ou para mais, na cobertura campanha de vacinação anti-influeza. Os maiores percentuais de internações foram observados nos idosos na faixa etária de 65 anos e mais. As taxas de mortalidade e de letalidade continuaram crescentes, mesmo após o início da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. Conclusão: Com base nos resultados obtidos, nota-se que houve uma variação na taxa de imunização contra influenza associado com a baixa cobertura nos anos iniciais e oscilações, para mais e para menos, em relação à meta de cobertura proposta para os anos seguintes para os idosos. Sendo assim, foi possível concluir que a estratégia de imunização não impactou na morbimortalidade por doenças relacionadas à influenza estados do Nordeste. Dessa forma, há a necessidade de mais estudos que possam elucidar os fatores que interferem na efetividade da campanha vacinal contra influenza nessa região.